Entre os membros ocidentais da União Europeia (UE) há um, só um, que reconhece a Palestina como um estado de pleno direito: a Suécia.
Foi o próprio primeiro-ministro, Stefan Lofven, a anunciar a decisão de reconhecer formalmente a Palestina, algo nunca feito por um país da UE.
Mas a medida já tinha sido antecipada publicamente pela ministra dos Negócios Estrangeiros, Margot Wallstrom, num artigo publicado no Dagens Nyheter: “Alguns vão afirmar que é demasiado cedo para tomar uma decisão destas. Eu, por outro lado, receio que seja demasiado tarde”.
“Demasiado tarde” face à escalada de violência na região, que assiduamente se torna notícia pelos conflitos entre palestinianos e israelitas.
“No ano passado, vimos como as negociações de paz mais uma vez foram interrompidas, como as decisões sobre novos colonatos na zona ocupada da Palestina prejudicaram uma solução de dois Estados, e como a violência voltou a Gaza”, argumentou Margot Wallstrom.
De acordo com o Governo, o reconhecimento oficial do estado da Palestina serve para dar início a “negociações mais equitativas no futuro” e para “dar aos jovens palestinianos a esperança de uma solução pacífica para o conflito”, como explicou a ministra sueca dos Negócios Estrangeiros.
A Suécia é o primeiro membro ocidental da UE a reconhecer a Palestina, mas não está sozinha: antes de ingressarem nos 28, Hungria, Polónia e Eslováquia tinham optado pela mesma decisão. Bulgária, Chipre, República Checa, Malta e Roménia também já reconheceram a Palestina.
Quem não gostou nada do anúncio foi Israel.
“É uma decisão lamentável e que reforçará os elementos extremistas e a política de recusa dos palestinianos”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Avigdor Lieberman, através de um comunicado.
Segundo Lieberman, o anúncio sueco causou “grandes danos” sem que tenha “qualquer utilidade” na resolução do conflito.
Para os analistas israelitas, citados no Jerusalem Post, o reconhecimento “mais não faz do que alimentar expectativas irrealistas de elaboração de uma resolução com a comunidade internacional”, a qual não poderá contar com Israel.
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