Ordem dos Médicos: Lei sobre genéricos “serve farmácias e traz riscos para doentes”

O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, afirmou que a nova legislação da prescrição dos medicamentos genéricos tem um fim, “proteger as farmácias”, com um efeito preverso: “riscos para a saúde dos doentes”.

A nova lei da prescrição dos genéricos vem apenas servir as farmácias, segundo José Manuel Silva. O bastonário da Ordem dos Médicos fez esta declaração à margem de uma assembleia geral que iria precisamente abordar a prescrição por denominação comum internacional, ou de medicamentos genéricos em ambulatório.

O Governo defende nova lei, que já provocou o repúdio da Ordem dos Médicos, por colocar em causa a saúde dos pacientes. “A nova lei pretende favorecer as farmácias e acarreta riscos para a saúde do doente”, afirmou José Manuel Silva, que considera que existe, desde 2002, legislação suficiente para reger esta matéria.

José Manuel Silva prevê que os farmacêuticos possam “mudar a marca escolhida pelo médico”, apenas tendo como objetivo “servir interesses comerciais”, e não a saúde do doente. Do outro lado, a Ordem dos Farmacêuticos responde, através de Carlos Maurício Barbosa, que instigan o bastonário a denunciar “situações menos claras”.

Este é mais um capítulo da diferença de visões entre as Ordens dos Médicos e dos Farmacêuticos. José Manuel Silva defendeu, através de uma proposta apresentada ao Ministério da Saúde, a redução do custo dos genéricos. O bastonário não entende porque tarda esta medida.

“Custa-nos entender que interesses estão a impedir que todos os genéricos sejam marcados com o mesmo preço: o mais baixo”, dissera.