A defesa de José Sócrates apresentou ontem ao tribunal um pedido de nulidade de todas as escutas telefónicas da Operação Marquês, com base num alegado vírus informático detetado nos ficheiros.
O caso já tinha sido denunciado, a 22 de janeiro, pelo advogado Pedro Delille, após receber as cópias das escutas do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
“As escutas entregues pelo DCIAP à defesa estão infetadas com vírus maliciosos”, afirmou, então, o representante de Sócrates, em comunicado.
“Gravadas em ficheiros áudio .wav”, as escutas encontravam-se em “ficheiros não protegidos”, que podiam “ser ou estar manipulados”, realçava ainda o texto.
Os argumentos foram agora recuperados no pedido de nulidade, ontem apresentado no Tribunal Central de Instrução Criminal.
Em novo comunicado, a defesa do principal arguido da Operação Marquês repetiu que as escutas “são de todo inaudíveis e imprestáveis para os efeitos processuais pertinentes”, tal como referido em janeiro.
No entender de Pedro Delille, “não permitem a identificação dos intervenientes nas conversas escutadas, nem a data, hora ou local em que terão ocorrido”.
O advogado de José Sócrates acusou ainda o Ministério Público de “insultar a inteligência alheia”, por imputar “aos próprios escutados” a infeção das escutas com um vírus informático.
Recorde-se que o ex-primeiro-ministro está acusado de 31 crimes no âmbito da Operação Marquês.
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