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OLP agradece apoio e diz que Angola “nunca fará parte de um insulto” à Palestina

A Organização de Libertação da Palestina (OLP) saudou o Governo angolano pela exoneração dos diplomatas que asseguraram a representação na inauguração da embaixada norte-americana de Israel em Jerusalém, acreditando que Angola “nunca fará parte de um insulto” aos palestinianos.

A posição surge num artigo de opinião do secretário-geral da Organização de Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, publicado no Jornal de Angola, a primeira vez que o responsável o faz em jornais de países africanos não árabes.

“Angola, um país com o qual os palestinianos partilham história comum de luta contra o colonialismo, fez parte de uma celebração do apoio do Governo dos EUA aos ataques israelitas e ações coloniais à Palestina ocupada”, começa por recordar o dirigente palestiniano.

No artigo, publicado na edição de domingo e intitulado “Obrigado, Angola”, Saeb Erekat invoca a presença de um diplomata angolano na inauguração da contestada embaixada norte-americana em Jerusalém.

O caso levou mesmo o ministro das Relações Exteriores angolano, Manuel Augusto, a exonerar o diretor do Ministério para África, Médio Oriente e Organizações Regionais, Joaquim do Espírito Santo, e o ministro conselheiro da embaixada de Angola em Telavive, João Diogo Fortunato, por terem “lesado a imagem” de Angola.

“Desde o início entendemos que algo de errado tinha acontecido e a exoneração de dois diplomatas angolanos responsáveis pela participação angolana naquele acontecimento vergonhoso, tal como anunciado pelo ministro Manuel Augusto, acabou por confirmar o que todos sabíamos: a forte solidariedade de Angola para com a Palestina e a certeza de que certamente Angla nunca fará parte de um insulto contra o povo palestino”, prossegue o artigo assinado pelo dirigente da OLP.

Saeb Erekat vai ainda mais longe ao manifestar o desejo: “Estamos ansiosos pelo momento que em que inauguraremos a embaixada angolana no Estado da Palestina em Jerusalém Oriental, a nossa capital. O momento em que podemos acolher os nossos irmãos e irmãs angolanas num país livre”.

Após recordar o percurso histórico do processo de libertação nacional dos países africanos, acrescenta que a Palestina, o seu povo e o movimento e a OLP “estão orgulhosos do apoio histórico” dos africanos, por ser “uma questão de princípio”.

“Com base nesses fortes fundamentos morais, construiremos um futuro de liberdade e de igualdade, de Justiça e de prosperidade para todos. Tal como Israel usa ‘cooperação’ como forma de branquear os seus crimes, o colonialismo e regime de apartheid na Palestina, Angola lembrou a muitos que o seu apoio ao Direito Internacional, à autodeterminação do povo palestiniano não está à altura de qualquer negociação política, incluindo a pressão da administração Trump e do Governo israelita”, defende ainda o secretário-geral da OLP.

“A nossa luta é pela Palestina, para se tornar um país livre que acolhe os seus irmãos e as suas irmãs de todo o mundo. Aguardo ansiosamente o dia em que milhares de angolanos desfrutarão da herança cultural do nosso país, seja em Jerusalém, Belém, Jericó e outros lugares”, aponta ainda.

Os Estados Unidos transferiram, este mês, a sua embaixada em Israel de Telavive para Jerusalém, o que gerou uma onda de protestos e uma escalada de violência na faixa de Gaza.

“Em nome da liderança e das pessoas palestinianas, permitam-me que agradeça a Angola pelo seu compromisso com o direito do povo palestiniano à liberdade, justiça e paz”, conclui o artigo de Saeb Erekat.

Lusa

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Lusa
Etiquetas: AngolaPalestina

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