O Observatório Astronómico do Exército vai, entre hoje e domingo, mostrar e explicar o céu no âmbito da iniciativa “100 horas de astronomia”, incentivando os jovens a usar telescópios e a ver o sol, prometendo uma experiência “cinco estrelas”.
O Centro de Informação Geoespacial do Exército (CIGeoE), em Lisboa, participa com o Observatório nas “100 horas de astronomia”, uma iniciativa da União Astronómica Internacional (UAI) para comemorar os seus 100 anos, divulgando a astronomia em todo o mundo durante 100 horas.
O CIGeoE aderiu e hoje recebeu as primeiras visitas, jornalistas mas sobretudo dezenas de estudantes, com o astrónomo José Ribeiro como cicerone, a explicar como é que nasceu o sol, do que é composto e como vai desaparecer um dia.
E depois, no topo do edifício, mostrou-lhes o sol através de telescópios. E nos próximos dias também lhes vai mostrar o céu noturno. Para assinalar os 100 anos da UAI mas também pelos 20 anos da criação do Observatório, inaugurado em 1999 pelo então primeiro-ministro António Guterres.
O CIGeoE é um órgão do Exército que tem como principal missão a produção de informação geoespacial, quer para apoio do Exército quer de outros ramos das Forças Armadas, quer mesmo para particulares, explicou à Lusa o responsável do Observatório, o tenente-coronel Rui Teodoro, adiantando que o grande objetivo é produzir cartografia pormenorizada de todo o país na escala 1/25.000.
Sobre a iniciativa de hoje, Rui Teodoro disse que “foi lançado um convite para que instituições, órgãos, até simples curiosos, organizassem estas sessões, com o objetivo da divulgação científica da astronomia e divulgação da ciência de forma geral”.
José Ribeiro, disse também à Lusa que desde o ano internacional da astronomia, 2009, foi possível levar a astronomia a grande parte da população.
“Há mais consciência de que a verdadeira natureza não está aqui, porque somos o resultado de toda a dinâmica do universo”, disse.
E se nos últimos 100 anos o conhecimento científico evoluiu muito, José Ribeiro não tem dúvida de que o que se sabe é “ainda muito pouco”.
“Basta dizer que 95 por cento do que existe não sabemos o que é. Por isso se tem investido tanto nos aceleradores de partículas, porque há matéria e energia que não sabemos o que é”, acrescentou o astrónomo, que já antes tinha falado aos jovens do sol, que é “cinco estrelas”, com 15 milhões de graus no seu núcleo.
José Ribeiro é um dos utilizadores do observatório do Exército. À Lusa disse que o trabalho ali, no alto do prédio, entre duas ruas de Lisboa, é monótono e solitário mas também compensador, “pelos dados que se levam para casa”.
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