Quase 500 pessoas morreram já na República Democrática do Congo (RDCongo) infetadas com o vírus Ébola, numa altura em que o número de contágios continua relativamente alto, mas há sinais encorajadores, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
De acordo com os dados mais recentes da OMS, até 05 de fevereiro foram registados 789 casos de infeção com o vírus Ébola (735 confirmados e 54 prováveis), tendo sido registadas 488 mortes, mais 23 do que na última atualização feita pela organização.
O índice de mortalidade global atingiu os 62 por cento.
Até ao momento, 267 pessoas tiveram alta dos centros de tratamento de Ébola, passando a integrar o programa de monitorização da doença.
Na maioria dos casos registados, os doentes eram mulheres (58 por cento) e 30 por cento tinham menos de 18 anos.
Foram registadas cinco novas infeções em trabalhadores dos serviços de saúde nas regiões de Katwa e Kalunguta, elevando para 67 o número de profissionais infetados até à data.
As regiões de Katwa e Butembo continuam o epicentro do surto, concentrando 71 por cento dos casos registados nas últimas três semanas.
Entre 16 de janeiro e 05 de fevereiro, foram registados 119 casos de infeções pelo vírus Ébola em 13 zonas sanitárias.
De acordo com a OMS, a análise epidemiológica continua a apontar para a transmissão devido a práticas inadequadas de prevenção e controle da infeção, atrasos persistentes na deteção e isolamento de novos casos, mortes frequentes na comunidade e subsequente contacto com o falecido e contágio nas redes familiares e comunitárias, como principais impulsionadores da transmissão contínua da doença.
A OMS assinala que continuam a existir bolsas de resistência por parte das comunidades ao trabalho dos médicos, mas ressalta que as equipas de emergência continuam “comprometidas em fortalecer ativamente a confiança e a participação da comunidade em todas as áreas afetadas”.
“Estão a começar a observar-se melhoras tangíveis em Katwa e em outros lugares. A zona sanitária de Komanda ultrapassou recentemente o período de maior risco de transmissão, com o último caso registado em 11 de janeiro”, adianta a OMS.
A atual epidemia de Ébola é já a maior da história do país em número de mortos e contágios.
A RDCongo foi atingida nove vezes pelo Ébola, depois da primeira aparição do vírus naquele país africano, em 1976.
Em 1995, o Ébola provocou a morte a 250 pessoas na cidade de Kikwit, na província de Kwilu, no sudoeste da RDCongo.
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