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Governador do BdP não participa em decisões sobre auditoria à CGD por ter sido administrador

O governador do Banco de Portugal disse hoje que pediu para não participar nas decisões do banco central sobre a auditoria à CGD por ter sido administrador no período analisado, o que foi aceite pelo Conselho de Administração.

Num esclarecimento divulgado a propósito de notícias divulgadas pela revista Sábado e pelo Jornal Económico, o governador diz que, entre abril de 2004 e setembro de 2006, foi administrador da Caixa Geral de Depósitos (CGD) responsável pelas áreas de ‘marketing’ e internacional da instituição e que “não teve responsabilidades nas áreas de crédito, risco, acompanhamento de clientes ou de controlo e auditoria interna”.

Contudo, refere, uma vez que o seu mandato na CGD é também objeto de análise da auditoria da EY (que avalia a gestão entre 2000 e 2015) “comunicou ao Conselho de Administração do Banco de Portugal a sua intenção de não participar nas decisões decorrentes das conclusões desta auditoria”, o que foi aceite.

Carlos Costa refere ainda que está “totalmente disponível” para prestar os esclarecimentos que o parlamento entenda necessários, “designadamente sobre os termos da sua participação nos órgãos colegiais que aprovaram as operações que são objeto da auditoria da EY à CGD”.

Há duas semanas estalou uma nova polémica em torno da CGD devido à auditoria, encomendada pelo Governo em 2017, que revelou – para o período entre 2000 e 2015 – a concessão de créditos mal fundamentada, atribuição de bónus aos gestores com resultados negativos, interferência do Estado e aprovação de empréstimos com parecer desfavorável ou condicionado da direção de risco, com prejuízos significativos para o banco público.

A auditoria está agora a ser analisada pelo Banco de Portugal, para avaliar se foram cometidas contraordenações.

O esclarecimento hoje divulgado diz ainda que “o Banco de Portugal está a considerar toda a informação contida na auditoria da EY à CGD e daí retirará as consequências que se imponham”.

Já o Ministério Público está a avaliar se há crimes envolvidos, enquanto a CGD está a analisar os atos de gestão desse período para eventualmente colocar ações de responsabilidade civil sobre ex-gestores.

A revista Sábado noticiou esta semana que o Governador participou na aprovação de “créditos ruinosos a Berardo e Manuel Fino”.

Segundo a revista, que consultou atas da CGD, Carlos Costa “esteve em pelo menos quatro reuniões do Conselho Alargado de Crédito nas quais foram aprovados empréstimos a devedores problemáticos”.

O Jornal económico publica hoje que o governador “ficou de fora do exame que o próprio supervisor está a realizar aos antigos administradores da CGD, apesar de ter estado no banco público entre 2004 e 2006”.

Lusa

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