“Na faculdade há trabalhos que são ‘copy/paste’ da internet”, garante Júdice

José Miguel Júdice criticou o Presidente da República por não agir na educação, “talvez” por “medo de perder popularidade”. “Marcelo tem que fazer as perguntas que ainda não o vi a fazer”, insistiu, partilhando até um exemplo pessoal.

No comentário semanal para a TVI, o advogado e antigo quadro do PSD aproveitou a demissão de Feliciano Barreiras Duarte, até ontem secretário-geral do PSD, para um violento ataque ao Presidente da República.

Marcelo foi acusado de “insistir nos afetos” ao invés de cumprir a verdadeira função de um chefe de Estado: a magistratura de influência.

“Exige-se que o Presidente da República gaste alguma da sua popularidade para enfrentar os verdadeiros problemas do País. Para mim, o da educação é talvez o problema mais grave, mas se for resolvido pode fazer milagres”, frisou o comentador.

“Tem medo de perder popularidade, mas é ao contrário, o dever dele é arriscar no exagero da crítica em vez de arriscar no exagero do afeto”, argumentou ainda.

“A popularidade é como o dinheiro, é para gastar. O Presidente deve gastar a popularidade, fazer as perguntas que não o vi a fazer”, insistiu Júdice.

“Por que é que a educação está assim? O que é que é preciso mudar? Tem que denunciar os vícios, criticar os pais que não respeitam os professores, as crianças que não fazem o esforço”, continuou o comentador.

Para o ex-bastonário dos advogados, Marcelo Rebelo de Sousa “não tem nada a perder” se resolver enfrentar o problema da educação, “talvez o mais grave” da sociedade portuguesa.

“Até vai ter um resultado muito melhor” numa eventual recandidatura “se provar ao País que está realmente interessado”.

O comentário sobre a inação do Presidente da República no setor da educação surgiu no embalo das considerações sobre a polémica envolvendo Barreiras Duarte.

“Desde pequenas que as pessoas não são habituadas a algumas coisas, como o trabalho árduo, ao registo de serem cultos. Não estão habituados a outras coisas que não seja o facilitismo”, generalizou o comentador.

“Até na faculdade se fazem trabalhos que são ‘copy/paste’ do que está na internet”, garantiu José Miguel Júdice.

Rui Rio teve, “em sentido figurado”, de obrigar o secretário-geral do PSD a sair.

“Deve ter-lhe encostado uma pistola à cabeça e disse-lhe ‘agora, demite-te’. Não tinha outra alternativa, o único tema de debate eram as trapalhadas de Barreiras Duarte”, salientou.

Sobre Rui Rio, Júdice destacou o “erro grande” que cometeu, “a mania de que é mais sério do que os outros”.

O advogado e antigo político falou ainda da experiência pessoal para criticar o “facilitismo” na educação.

“Se eu aparecesse com uma má nota a minha mãe castigava-me. Hoje, iria berrar com os professores. Muitas vezes, os professores acabam por encontrar paz e sossego dando o que as mãezinhas e os meninos querem, mas destruindo as vidas deles”, explicou.

“Sei o que me teria acontecido se nessa idade formativa não tivesse tido exigência. Seria hoje um analfabeto cultural, um palerma a reivindicar coisas a que não tinha direito, seria uma verdadeira besta quadrada. Devo tudo aos meus professores, mas porque eles exigiam”, concluiu José Miguel Júdice.

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