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Moçambique pretende desenvolver combustível a partir de carvão

O Governo de Moçambique dá início à elaboração dum estudo de viabilidade para a construção duma central que prevê a produção de 40 mil barris de combustível para transportes e subprodutos químicos a partir de carvão de qualidade inferior da Bacia de Tete em Moçambique.

Este estudo, cujo conceito foi iniciado em fevereiro de 2011, já se encontra na fase final da pré-viabilidade, já estando bastante avançado. Numa reunião a 21 de maio de 2012, a CCI entregou os resultados da primeira fase ao Ministro da Energia, Salvador Numburete e à sua equipa em Maputo.

O Estudo de Viabilidade Bancária estará terminado até ao final de 2014 e sujeito à viabilidade final; todos os estudos deverão estar terminados até outubro de 2015, podendo a construção começar no primeiro trimestre de 2016.

A Bacia de Tete, na Província de Tete no noroeste de Moçambique, tem grandes recursos de carvão de coque, térmico e de grau inferior. As empresas Vale (Brasil), Grupo Rio Tinto (Reino Unido) e Ncondezi Coal Company Limited (Reino Unido), entre outras, estão a explorar, desenvolver e a construir novas minas de carvão na área, tendo já sido investido até à data um total de aproximadamente 4000 milhões de dólares na Bacia e tendo a Vale exportado o seu primeiro carvão para mercados noutros continentes em novembro do ano passado através do Porto da Beira.

Em agosto de 2011, o Governo de Moçambique deu luz verde à Clean Carbon Industries LDA para começar o seu trabalho no projeto e em março de 2012 assinou um Memorando de Entendimento com a CCI para o desenvolvimento do projeto. A CCI tem estado a colaborar com a Ncondezi Coal Company para o fornecimento do carvão, com a Lurgi GmbH (Alemanha) para os testes do carvão e para o desenvolvimento de tecnologia e de configurações de projeto para a fase final do estudo de pré-viabilidade.

As principais vantagens do projeto incluem matéria-prima barata, uma vez que irá consumir carvão que não tem qualidade para exportação ou venda, reduzindo assim o stock crescente deste carvão devido ao aumento da extração de carvão de coque e térmico da Bacia de Tete.

O projeto irá consumir 17 milhões de toneladas de carvão por ano, sendo assim responsável por uma grande contribuição na redução de problemas ambientais e de custos associados aos resíduos do carvão na Bacia. Ao produzir combustível em Moçambique, o projeto irá poupar milhões ao país no câmbio de moeda estrangeiro gastos na importação de combustíveis para transportes.

Após receber o carvão de grau inferior no local, a central irá gaseificar o carvão e convertê-lo em combustível líquido e produtos químicos. O Governo de Moçambique tem prioridade nos primeiros 20 mil barris por dia produzidos pela central (Moçambique usa aproximadamente 17 mil barris por dia), deixando o resto da capacidade para ser exportado para a Tanzânia, Malawi, Zâmbia, Botswana e outros países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral.

A grande proximidade da Bacia de Tete aos mercados do Malawi, Zimbabué e Tanzânia deverá reduzir significativamente os custos de transporte de combustível para esses mercados.

Está planeado um pipeline para o transporte de produtos brancos de Tete para Savane no Oceano Índico, a norte da Beira através duma servidão para um terminal que faz parte do acordo com o governo para que esses produtos possam ser transportados para as instalações existentes portuárias de combustíveis de Moçambique em Pemba, Beira, Quelimane e Maputo.

O ministro está muito otimista em relação ao projeto: “Poucos ainda se lembram das vantagens da construção da barragem de Cahora Bassa há aproximadamente 40 anos. Não só criou emprego para muitas pessoas em Moçambique, como contribuiu para a infraestrutura energética do país e serviu de produto de exportação em forma de eletricidade. O projeto CCI CTL dá a Moçambique uma oportunidade para usar o seu carvão de grau inferior, melhorar a sua pegada ambiental e poupar divisas estrangeiras”.

Arnold Pistorius, da CCI, empresário e financiador, disse que “o projeto irá trazer vantagens para toda a região subsaariana e gerar novas fontes de receitas para Moçambique, assim como benefícios sociais para as comunidades locais”.

Hugh Brown, chairman do Hugh Brown & Associados e presidente do Conselho de Administração da Clean Carbon Industries, que liderou o conceito e a conceção do projeto, referiu que “a realização deste projeto baseia-se na conversão eficiente de matérias-primas de baixo custo em gás de síntese e de líquidos que não estão diretamente ligados ao preço do petróleo”.

“A disponibilidade futura da material prima e os seus custos são assim determinados pelas reservas conhecidas de carvão de grau inferior com custos inferiores previsíveis de mineração e preparação”, conclui.

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