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Ministro Vítor Gaspar é “impressionante”, admite o FMI, mas subir os impostos “não é útil”

O FMI, pelo chefe de missão em Portugal, elogiou o ministro das Finanças, o “muito impressionante” Vítor Gaspar, mas contesta a subida de impostos. “O que é útil é aumentar a base fiscal, alargá-la” e não aumentá-la, explica Abebe Selassie.

No rescaldo da sexta avaliação da troika, o chefe de missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Portugal, Abebe Selassie, elogiou a capacidade de Vítor Gaspar, considerando-o “muito impressionante” enquanto ministro das Finanças, mas criticou a complexidade e o agravamento do quadro fiscal. Numa entrevista para vários media do grupo Controlinveste, o técnico garantiu que o crédito a Portugal “é muito barato”.

“Em termos fiscais, não gostaria de ver mais aumentos de impostos. IRS e IVA têm de ser comparados com outros países e aumentá-los para subir a receita não é útil. O que é útil é aumentar a base fiscal, alargá-la”, argumentou Abebe Selassie, admitindo que o código do IRC “é demasiado complexo” e manifestando-se convicto de que, ainda este ano, Portugal terá atingido dois terços do ajustamento fiscal.

Quanto ao responsável pelo ajustamento fiscal em Portugal, Vítor Gaspar, o técnico do FMI não foi austero no elogio: “vocês têm um ministro das Finanças muito impressionante”. Prova disso é que o crédito a Portugal “é muito barato”, pois a Itália financia-se “a 4,5 por cento para emprestar fundos a Portugal a 2,5 por cento” e, “para o FMI, o custo é o mesmo”. “Há muitos países que estão a ser solidários”, assegurou.

Ainda assim, o FMI exige uma redução na despesa do Estado em 4000 milhões de euros. Quanto aos setores onde cortar, respondeu: “do lado da despesa, a grande fatia está nas transferências sociais e no setor público”. É preciso “pensar melhor”  para “equilibrar o sistema”, referindo que o modelo de pensões é “generoso” e que é preciso baixar ainda mais as indemnizações por despedimento, aproximando-as da média europeia, de oito a 12 dias.

“Cabe à sociedade decidir que nível de proteção social deseja ter, que nível de impostos e qual o equilíbrio entre estas dimensões. Terão de decidir se querem ou não um modelo como o dos países escandinavos, onde a proteção social é elevada, mas em que esta tem de ser articulada com uma economia muito dinâmica com capacidade para gerar receita fiscal que pague isso sem gerar distorções”, comentou.

No setor público, Abebe Selassie afirmou que “o dinheiro gasto e o número de professores por aluno tendem a ser muito elevados, mas nos resultados” a educação em Portugal está “na média ou até abaixo relativamente aos países de referência”.

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