Economia

Centeno acusa autoridades europeias e agências de rating de incompetência e preconceito ideológico

Mário Centeno arrasa Bruxelas e as agências de rating na entrevista que deu ao influente jornal espanhol El País. O ministro das Finanças acusa Bruxelas de exigir a aplicação, por Portugal, de “uma receita errada, parcial e incompleta”.

O “Cristiano Ronaldo do Ecofin” não perdeu o lanço dado pelas críticas do Nobel da Economia às políticas europeias, aproveitando “a imagem de melhoria” na “credibilidade das contas públicas”, disparou contra as políticas de austeridade que ainda penalizam Portugal.

“Tentaram convencer-nos que a única solução era a austeridade(…). Aplicou-se o discurso das reformas estruturais que não só esgotou as pessoas como impediu o efeito dessas reformas”, afirma Mário Centeno, com a mira em Bruxelas e no FMI: “A Europa aplicou uma receita errada, parcial e incompleta. Eram necessárias reformas estruturais, mas acompanhadas de estímulos que promovessem a inversão” do rumo económico.

“É sintomático que a inversão tenha tardado em crescer nos cinco anos desde o momento mais grave da crise. Isso significa que o problema da Europa não era de produção, mas de procura”, argumenta.

O ministro das Finanças, num discurso politicamente muito violento, salientou ainda o “ceticismo” de Bruxelas, FMI e OCDE motivado por preconceitos ideológicos, dado o apoio dos partidos de esquerda ao Governo socialista.

“Não ocorre com todos os países”, começa por lembrar Centeno, quando questionado sobre as críticas às “previsões pouco acertadas” das entidades citadas: “Portugal não cumpria certas metas a que se propôs durante o processo de ajustamento, o que criou um certo ceticismo nessas organizações. Isso pode-se justificar; porém, há um seugndo aspeto mais preocupante e totalmente ideológico. Nós enfrentámos esse combate institucional inadmissível, uma desconfiança política sobre a nossa capacidade para aplicar o programa de Governo. Em ambos os casos, equivocaram-se totalmente”.

Mário Centeno, elogiado pelo alemão Schäuble como “o Cristiano Ronaldo do Ecofin”, fez ainda críticas raras às agências de notação financeira, que mantêm a nossa economia com um rating de lixo: “Não refletem a situação atual de Portugal. Não estamos a falar da economia de 2011. Há muitos indicadores favoráveis. (…) Os fundamentos da economia portuguesa não estão a ter correspondência nas avaliações da dívida”.

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