O Presidente da República assegurou hoje que ninguém da Casa Civil ou Militar lhe “falou ou escreveu” sobre a operação da descoberta das armas de Tancos “antes dela ter ocorrido”, nem existe nestas estruturas qualquer documento relativo à mesma.
“Nenhum membro da Casa Civil ou da Casa Militar falou ou escreveu ao Presidente da República sobre a operação da descoberta das armas de Tancos, antes de ela ter ocorrido. Nem tão pouco falou ou escreveu sobre a operação, depois de vinda a público, nomeadamente como sendo ou podendo vir a ser ilegal ou criminosa, incluindo quaisquer memorandos ou referências a reuniões com eles relacionados”, afirmou hoje Marcelo Rebelo de Sousa, numa nota publicada na página da Presidência da República na Internet.
Na nota, que se destina a esclarecer “matéria objeto do programa da RTP ‘Sexta às 9’, do passado dia 02 de novembro”, o chefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas assegura ainda que “não existe na Casa Civil ou na Casa Militar da Presidência da República qualquer documento relativo a operação de recuperação das armas de Tancos, antes ou depois de ter ocorrido, incluindo quaisquer memorandos ou referências a reuniões com eles relacionados”.
“O Presidente da República nunca recebeu o Diretor da Polícia Judiciária Militar ou qualquer elemento dessa instituição”, refere Marcelo Rebelo de Sousa, no primeiro de quatro pontos da nota hoje publicada, precisando que o coronel Luís Vieira se encontrava presente na visita que fez a Tancos em 04 de julho de 2017, poucos dias de ser conhecido o furto.
Durante essa visita, acrescenta, “o Presidente percorreu, com as entidades presentes, circunstanciadamente, a área em causa e teve uma reunião com todos os responsáveis” e “não teve qualquer reunião bilateral com nenhum deles”.
“Não existe registo de qualquer estafeta da Presidência da República a entregar ou receber documentação da ou na Polícia Judiciária Militar”, indica ainda o chefe de Estado.
O programa “Sexta às Nove”, da RTP-1, avançou há três dias com a notícia de que a Presidência da República teria sido informada da investigação da Polícia Judiciária Militar (PJM) ao furto de Tancos.
De acordo com a peça da RTP, o então diretor da PJM fez vários contactos com o ex-chefe da Casa Militar da Presidência, general João Cordeiro, antes e depois da recuperação das armas.
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