Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, o acórdão do Tribunal Constitucional (TC) que obriga o Governo a rever os cortes dos subsídios de Natal e de férias para funcionários públicos e pensionistas permitirá ao executivo de Passos Coelho aplicar cortes semelhantes nos privados, colocando sobre terceiros a culpa dessa nova medida de austeridade.
“Para um Governo, nada melhor do que dizer que não tem culpa, que foi obrigado a tomar uma medida”, sustenta Marcelo, no seu comentário político semanal na TVI.
Em causa está o acórdão que aponta como inconstitucional o corte de subsídios apenas aos funcionários públicos e pensionistas. Para Marcelo Rebelo de Sousa, está aberto o caminho para iguais cortes no privado, sendo que o Governo apresentará em sua defesa o facto de a medida não constar da sua agenda e de ter sido resultado de uma decisão à qual é alheio.
Mas Marcelo vai mais longe. Na leitura que faz do acórdão, o comentador sublinha que o TC não faz qualquer menção à inconstitucionalidade da medida, mas apenas ao facto de apenas ter sido aplicada a um grupo de cidadãos. “Esta decisão diz que o corte dos subsídios e férias e de Natal nunca mais é inconstitucional”, salienta o professor Marcelo.
Ou seja, o Governo terá o poder de decidir quando regressam os subsídios, sem que a retirada desse direito seja considerada inconstitucional. “Esta decisão é uma forma de o governo se ‘desentalar’ na questão da reposição dos subsídios e ferias e de Natal”, salienta Marcelo Rebelo de Sousa.
No entanto, o TC acaba por trazer mais boas ‘notícias’ para o Governo de Passos Coelho. Uma vez que o défice se apresenta incontrolável e que as metas para 2012 estão em causa, o Governo pode agora seguir o caminho óbvio – apresentar austeridade no setor privado – sem que a responsabilidade lhe possa ser atribuída.
Ou seja, o acórdão do TC abre ‘via verde’ ao executivo para avançar com austeridade nesse grupo de cidadãos, com o provável corte de subsídios de Natal e de férias, sem que os trabalhadores da função pública retirem qualquer benefício.
“O Governo não sabia como se desentalar disto. Pensavam, provavelmente, tenho contra mim os portugueses, o PS, a UGT e até o CDS que já disse que não queria mais impostos. Mas agora é o Tribunal Constitucional a abrir caminho. Esta decisão dá o grande álibi para o executivo entrar no domínio do sector privado”, conclui Marcelo Rebelo de Sousa.
Conheça os resultados do sorteio do Euromilhões. Veja os números do Euromilhões de 17 de…
Euro Dreams Resultados Portugal: A mais recente chave do EuroDreams é revelada hoje. Conheça os…
O Dia Internacional Contra a Homofobia assinala-se hoje, a 17 de maio, data em que, em…
Artigo de opinião de Denis Gabriel, Neurologista, membro da Direção da Sociedade Portuguesa do AVC.…
View Post Artigo de opinião da dra. Andreia Gomes, diretora-técnica e de Investigação e Desenvolvimento…
A alpinista japonesa Junko Tabei, que nasceu em Fukushima, a 23 de maio de 1939,…