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Malária mata menos, mas resiste e exige combate revigorado

As mortes provocadas pela malária em todo o mundo voltaram a diminuir em 2017, mas a redução de casos que se registava desde o início da década “estagnou”, anunciou a Organização Mundial de Saúde (OMS), num relatório divulgado hoje.

Segundo a OMS, mais de 90 por cento dos casos e das vítimas mortais estão no continente africano e a maioria são crianças, o mesmo padrão de estudos anuais anteriores.

“Ninguém deveria morrer de malária”, uma doença que pode ser evitada e tratada, mas a luta “está a estagnar, colocando em risco anos de trabalho, investimento e sucesso na redução” do número de pessoas afetadas, refere o diretor geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, no relatório anual sobre a situação da malária no mundo.

O documento lançado hoje numa cerimónia pública na capital moçambicana, Maputo, anuncia uma estratégia “mais agressiva” de ataque à doença, procurando uma maior mobilização da classe política dos países mais afetados – entre os quais, Moçambique.

“Quando os países dão prioridade à ação contra a malária, vemos os resultados em vidas que são salvas e em redução de casos”, acrescenta Matshidiso Moeti, diretor regional da OMS para África.

De acordo com o estudo daquela agência das Nações Unidas, estima-se que a malária tenha matado 435.000 pessoas em 2017 (61 por cento das quais crianças com menos de cinco anos), menos 3,5 por cento que em 2016 e uma redução em cerca de um quarto do número de mortes calculado em 2010 (607.000).

Há menos mortes, mas o ritmo de redução da doença que se registava desde 2010, desapareceu de 2015 em diante, nota a organização.

A OMS aponta para cerca de 219 milhões de casos de malária registados em 2017, face a 217 milhões em 2016, um aumento ligeiro, pelo segundo ano consecutivo, que fica dentro das margens de erro das estimativas, e que a organização classifica como “estabilização”.

Nos anos anteriores, “o número de pessoas a contrair a doença à escala global vinha caindo de forma consistente, de 239 milhões em 2010 até 214 milhões em 2015”, acrescenta.

Moçambique é o único país lusófono que está no grupo de 11 países em que se registaram 70 por cento de casos (151 milhões) e mortes (274 mil) em 2017 e, por isso, escolhido pela OMS para aplicar a nova estratégia de combate à doença.

O grupo é composto pela Índia e 10 países de África: Burkina Faso, Camarões, República Democrática do Congo, Gana, Mali, Níger, Nigéria, Uganda e Tanzânia – além de Moçambique.

A atual evolução mundial dos casos “não permite alcançar os objetivos de redução da doença em 40 por cento até 2020”, nota a OMS, que espera que, com medidas revigoradas e maior financiamento, ainda seja possível alcançar aquela meta.

Para a atingir, “os investimentos em malária devem alcançar pelo menos 6,6 mil milhões de dólares anuais até 2020 – mais do que o dobro da quantidade disponível hoje”, refere a organização, considerando que o “financiamento doméstico (em cada país) é crucial”.

Noutro aspeto, o documento estima que metade dos grupos de risco em África ainda durma sem rede mosquiteira impregnada com inseticida contra o mosquito que transmite a malária – uma rede que o documento classifica como a “principal ferramenta” para prevenir a doença.

Do lado positivo, a OMS destaca que o número de países próximos da erradicação continua a crescer, subindo para 46 em 2017, contra 37 em 2010.

Portugal não consta do relatório, uma vez que é classificado como um território livre de malária, tal como acontece no resto da Europa.

Lusa

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