O Estado conseguiu apenas 65 por cento da verba prevista com o leilão de madeira queimada, hoje realizado. Os profissionais do setor queixam-se do preço, garantindo que fica mais barato comprar madeira verde em Espanha do que a queimada em Portugal.
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) vendeu, em hasta pública, 52 dos 114 lotes de madeira queimada proveniente de matas nacionais e mais de 20 zonas sujeitas ao regime florestal.
O Estado arrecadou com o leilão, realizado em Viseu, cerca de 2,85 milhões de euros, quando o valor base dos lotes apontava para uma receita mínima de 4,4 milhões de euros.
A culpa, dizem os madeireiros, é do preço elevado.
No norte, fica mais barato ir a Espanha comprar madeira verde do que a madeira queimada de Portugal.
“Fica muito mais barato comprar em Espanha”, garantiu Paulo Silva, citado pela TSF.
À mesma rádio, Avelino Reis, que no leilão desta manhã gastou 76 mil euros parar comprar de três lotes, corroborou a tese.
“Vi aqui madeira queimada, principalmente a que vai para as serrações, a ser vendida mais cara do que se fosse verde”, revelou.
Os dois empresários acusaram ainda o ICNF de adotar critérios pouco transparentes para a hasta pública, explicando que os lotes foram compostos por amostragem e não se responsabilizando se os mesmos tivessem menos árvores do que o anunciado.
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