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Londres, de cinema a loja: Governo aprova mudança de atividade do espaço

O espaço onde o Cinema Londres se tornou histórico pode ser utilizado para uma loja ou para outra atividade comercial. O Governo, pela assinatura do secretário de Estado da Cultura, autoriza a mudança de atividade. “Ninguém sai a ganhar”, lamenta Carlos Moura Carvalho.

O espaço onde durante décadas funcionou o Cinema Londres, em Lisboa, pode ser transformado numa ‘loja dos 300’, num escritório de advogados ou num espaço com uma atividade sem qualquer relação com a sétima arte.

Os proprietários do espaço já fizeram saber, através de declarações à Lusa, que vão avançar com obras para transformar o antigo cinema numa loja.

Essa mudança só é possível porque o Governo, através da assinatura do secretário de Estado da Cultura, autorizou a desafetação de atividade do espaço.

Depois dos proprietários terem tornado pública a intenção de avançar com as obras, após quase três meses a aguardar pelo desfecho do caso, o secretário de Estado da Cultura endossou a responsabilidade à Câmara de Lisboa, salientando que cabe à autarquia a decisão final sobre a finalidade do espaço, em sede do plano diretor municipal.

“A desafetação assim decidida não implica necessariamente a subsequente alteração do uso do espaço, sendo que essa avaliação compete, nos termos legais, à Câmara Municipal de Lisboa”, referiu a Secretaria de Estado, em comunicado.

No plano oposto ao dos proprietários está o movimento que lançou a petição pública “Salvem o Cinema Londres”.

Carlos Moura Carvalho, um dos principais impulsionadores do movimento, admitiu ter ficado desiludido com a decisão da Secretaria de Estado da Cultura.

“Achamos que neste processo perdem os lisboetas, os cinéfilos, os comerciantes e os moradores daquela zona da cidade, mas sobretudo o que perde é a nossa cultura e a nossa tradição”, defendeu.

Em declarações à TSF, Carlos Moura Carvalho garantiu que “ninguém vai sair a ganhar”.

“Até à data não foi encontrada qualquer solução que permita manter o recinto afeto à atividade cinematográfica nem houve a materialização de qualquer evidência ou sinal de investimento efetivo e demonstrado com base no modelo proposto”, justificou a Secretaria de Estado.

O Cinema Londres, inaugurado a 30 de janeiro de 1972, estava encerrado desde que a Socorama declarou a falência, em 2013. Nessa altura, os proprietários do espaço assinaram um contrato para a abertura de uma loja.

Em fevereiro, as obras foram suspensas porque tinham sido iniciadas sem a autorização, obrigatória por lei, para a desafetação da atividade cinematográfica.

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