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Limitações à atuação dos meios dificulta combate ao fogo de Monchique

O coordenador do Núcleo de investigação Científica de Incêndios Florestais da Universidade de Coimbra (UC), Luciano Lourenço, disse hoje que o combate ao fogo em Monchique poderá estar a ser dificultado por limitações à atuação dos meios.

“O combate tem estado a ser dificultado por uma série de condições, mas que não sei se são suficientes para justificar que ao fim de seis dias o incêndio ainda não esteja apagado, sobretudo tendo em conta a quantidade de meios envolvidos”, disse o professor de geografia da UC à agência Lusa.

Numa análise à distância, efetuada com base no que observa na comunicação social, o antigo presidente da Escola Nacional de Bombeiros salienta que “poderá haver algumas limitações na atuação de meios” no combate ao fogo que lavra há seis dias na serra de Monchique, no Algarve, comparativamente a incêndios anteriores, como o de 2003.

“Há uns anos a esta parte, as condições de segurança das populações e dos combatentes fazem que, por vezes, se faça primeiro proteção às habitações e aos aglomerados populacionais”, explicou, lembrando que em 2017 os incêndios florestais provocaram mais de uma centena de mortos.

Luciano Lourenço considera que esse trabalho é importante, mas que ao “hipotecarmos meios nessas tarefas deixamos de combater o incêndio e o fogo acaba por progredir, crescer e depois torna-se mais difícil” de controlar.

O especialista realça que depois de os incêndios serem grandes, “por muitos meios que tenhamos e estratégias que se desenvolvam, há condições várias que têm a ver com as prioridades que se estabelecem”.

Para o coordenador do Núcleo de Investigação Científica de Incêndios Florestais da UC, outra situação que contribui para atrasar a extinção dos incêndios é o facto de, atualmente, o contrafogo ser pouco utilizado em Portugal.

“É uma técnica perigosa, com uma série de riscos, mas sabemos que quando é bem executada, por gente que a sabe fazer, é barata e resolve grande parte dos problemas nos incêndios florestais”, sublinhou Luciano Lourenço.

O incêndio rural deflagrou na sexta-feira à tarde em Monchique, no distrito de Faro, e lavra também nos concelhos vizinhos de Portimão e Silves.

Segundo um balanço feito hoje de manhã, há 32 feridos, um dos quais em estado grave (uma idosa internada em Lisboa), e 181 pessoas mantêm-se deslocadas, depois da evacuação de várias localidades.

De acordo com o Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais, as chamas já consumiram mais de 21.300 hectares. Em 2003, um grande incêndio destruiu cerca de 41 mil hectares nos concelhos de Monchique, Portimão, Aljezur e Lagos.

Na terça-feira, ao quinto dia de incêndio, as operações passaram a ter coordenação nacional, na dependência direta do comandante nacional da Proteção Civil, depois de terem estado sob a gestão do comando distrital.

Lusa

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Lusa

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