Duas pessoas foram vendidas como escravos por 1200 dinares líbios. Feito o câmbio, cada vida humana foi comprada por 430 euros. Aconteceu em agosto, em vários locais da Líbia, revela uma reportagem da CNN.
A ‘mercadoria’ vendida nestes leilões são pessoas que atravessam o país com o sonho de chegarem à Europa.
“São rapazes fortes, bons para o trabalho do campo”, promove o leiloeiro, num dos vídeos divulgados pela CNN.
E há quem entenda que sim e tente comprar as duas pessoas referidas logo no início deste texto. “Oitocentos (dinares)… 900… 1000… 1100… 1200, vendido!”, decorre a guerra de licitações.
Os repórteres que conseguiram presenciar alguns destes leilões de escravos, que se realizam entre uma a duas vezes por mês em várias cidades da Líbia, constaram que em seis a sete minutos são comercializadas as vidas de uma dúzia de seres humanos.
“Quem precisa de um homem para cavar? Este nasceu para cavar, vejam como é forte”, publicita o leiloeiro, vestido com roupa de camuflagem.
Os escravos à venda são vítimas colaterais da pressão europeia sobre a Líbia, na tentativa de controlar os fluxos migratórios no Mediterrâneo.
O país africano apertou (e muito) a vigilância costeira e são raros os barcos que conseguem sair rumo à Europa. E os migrantes vão-se acumulando junto à costa, para satisfação (e riqueza) dos esclavagistas.
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