Jesus sobre ataque de Alcochete: “Nunca mais consegui entrar na Academia”

Jorge Jesus falou pela primeira vez do ataque à Academia de Alcochete, não confirmando se foi vítima de agressões. “Ninguém tem a noção do que se passou. Nunca mais consegui entrar na Academia”.

Numa entrevista à Bola TV, o antigo treinador do Sporting abordou “os dias muito complicados” de maio, numa semana em que a preparação da final da Taça de Portugal foi ‘substituída’ pela invasão de cerca de 50 indivíduos à Academia leonina, em Alcochete.

“Essa situação deve servir de exemplo a todas as claques em Portugal”, avisou o agora técnico do Al-Hilal.

“Não é pelo facto das claques irem aos centros de estágios que os jogadores jogam mais… Antes pelo contrário, ficam mais frágeis”, frisou.

“Ficam a gostar menos das claques e sentem que não são acarinhados”, reforçou, antes de deixar um “aviso”: “Deixem-se desses atos para sempre, isso não favorece ninguém!”

“Foram momentos difíceis. Ninguém tem a noção do que se passou”, afirmou Jorge Jesus.

“Parecia um filme de terror… Tochas nos balneários… Ameaças alto e a bom som, que nos iam matar… Agressões… Não é por acaso que nunca mais consegui entrar na Academia, até pedi ao Márcio e ao Paulinho para trazerem as minhas coisas… Nunca mais lá entrei”, revelou.

Apesar de se sentir “impotente”, o então técnico do Sporting tudo fez para que a equipa jogasse a final da Taça.

“Sentia que os jogadores não me ouviam, que eu não era o mesmo. Emocionalmente, foi muito forte. Logo no aquecimento apercebi-me que não tinha equipa. Não podia fazer nada”, realçou.

Jorge Jesus revelou ainda que teve “uma conversa muito bonita com Rui Patrício”, que descreveu como “um grande profissional”.

“Foram dias muito complicados para os jogadores do Sporting. Reconheço que não deveria ter aceitado jogar aquela final”, acrescentou.

“A verdade é que não olhei muito para os interesses do Sporting, olhei mais para os interesses do futebol. Não era bom anular aquela final devido ao que se passou na Academia. Tínhamos que mostrar que há quem manda, que as instituições não se intimidam”, justificou o então treinador dos leões.

“Foi um dia traumatizante para mim. Perdi finais da Liga Europa, mas nenhuma me traumatizou tanto como a final da Taça de Portugal”, concluiu Jorge Jesus.

Recorde-se que, para ser libertado do contrato com o Sporting, então liderado por Bruno de Carvalho, o técnico teve de assinar uma cláusula de confidencialidade.

Agora, Jorge Jesus terá negociado a anulação dessa cláusula com a direção de Sousa Cintra, o que permitiu que tivesse comentado pela primeira vez o assunto que dominou o final da época 2017/18.

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