Carlos Barata, inspetor da Polícia Judiciária (PJ) acusou hoje Manuel Godinho da prática de roubo de material de sucata da Petrogal, depositado no parque de Sines. No seu depoimento como testemunha, na sessão de hoje do julgamento do caso Face Oculta, Carlos Barata sustentou que o furto provocou um prejuízo de 700 mil euros à Petrogal.
O sucateiro Manuel Godinho ter-se-á apropriado, segundo o inspetor, de cabos elétricos e de cobre que não lhe pertenciam, aproveitando um contrato de manutenção que uma das suas empresas (a O2) tinha com a Petrogal.
O inspetor da PJ revelou que os camiões da O2 recolheram “materias que não constavam do contrato” assinado entre a petrolífera e a empresa de Manuel Godinho.
A acusação referiu, por outro lado, que o responsável pelo parque da Petrogal, João Taraves, terá ajudado Manuel Godinho a praticar os roubos. Tavares responde pela alegada prática de crimes de corrupção passiva e de furto qualificado.
O julgamento do Face Oculta começou em Aveiro, após mais de dois anos de fase processual. O caso, que envolve 36 arguidos, está relacionado com alegados casos de corrupção, crimes de burla, branqueamento de capitais e tráfico de influências para favorecer Manuel Godinho em diversos concursos públicos.
Segundo o Ministério Público, o Estado terá sido lesado em cerca de 5,6 milhões de euros, em virtude de uma alegada rede tentacular.
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