Economia

INE divulga hoje crescimento da economia que deverá ter acelerado no segundo trimestre

O INE divulga hoje a evolução da economia no segundo trimestre, que deverá ter registado um crescimento entre 0,6 por cento e 0,8 por cento em cadeia e entre 2,4 e 2,6 por cento em termos homólogos, segundo estimativas de analistas.

Caso a estimativa rápida das contas nacionais do segundo trimestre de 2018, divulgadas hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), confirmem as previsões dos analistas consultados pela Lusa, o Produto Interno Bruto (PIB) terá acelerado tanto em cadeia como em termos homólogos.

Nos primeiros três meses do ano registou-se um crescimento de 0,4 por cento em cadeia e de 2,1 por cento comparativamente ao período homólogo.

Para o segundo trimestre, os economistas do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) são os mais otimistas, ao estimarem um crescimento de 0,8 por cento face ao trimestre anterior e 2,6 por cento em termos homólogos.

“Os indicadores quantitativos, essencialmente relativos a abril e maio, apontam para uma provável aceleração do crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo no segundo trimestre e um contributo positivo da procura externa líquida, baseado no maior crescimento das exportações de bens face ao das importações”, explica o ISEG na síntese de conjuntura.

Por sua vez, o Montepio estima para o segundo trimestre um crescimento do PIB em cadeia de 0,6 por cento (num intervalo de 0,5 por cento e 0,7 por cento), em aceleração face ao primeiro trimestre e um aumento de 2,4 por cento face ao mesmo período do ano passado.

O economista-chefe do Montepio, Rui Serra, disse à Lusa que a aceleração em cadeia “deverá ter decorrido das exportações líquidas, que terão apresentado um contributo ligeiramente positivo, após o contributo negativo observado do primeiro trimestre”.

“Já o investimento em capital fixo (FBCF) deverá ter crescido a um ritmo apenas ligeiramente inferior ao do trimestre anterior, enquanto o consumo privado terá continuado a crescer, mas com maior desaceleração, depois do forte acréscimo observado no primeiro trimestre e continuar a ser suportado pela manutenção da redução da taxa de desemprego e pelo aumento do rendimento disponível das famílias, em resultado do alívio fiscal resultante da entrada em vigor do Orçamento do Estado para 2018”, continua o economista.

Quanto à segunda metade do ano, Rui Serra considera que o principal risco será a “incerteza relativamente à política comercial de Donald Trump” e o aumento do protecionismo a nível global, “colocando riscos de se vir a assistir a uma verdadeira guerra comercial global”.

Também o Núcleo de Estudos de Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP) da Universidade Católica estima que no segundo trimestre o PIB tenha registado um crescimento de 0,6 por cento face ao trimestre anterior e uma variação homóloga de 2,4 por cento.

“Este crescimento trimestral mantém a recuperação da economia portuguesa a um ritmo moderado desde 2013, com algumas oscilações pontuais como foi o caso do primeiro trimestre”, lê-se na síntese do NECEP.

Os analistas da Católica sublinham que “o investimento terá recuperado a bom ritmo no segundo trimestre” ao mesmo tempo que “as exportações continuam a crescer de forma saudável, embora com menor intensidade face ao ano passado”.

Por sua vez, acrescenta o NECEP, o consumo privado “deverá manter a sua trajetória de recuperação moderada, embora a estimativa para o segundo trimestre seja relativamente fraca devido a efeitos pontuais”.

Quanto à estimativa para o conjunto do ano, o ISEG prevê um crescimento do PIB entre 2,2 por cento e 2,6 por cento, enquanto o NECEP espera um aumento de 2,5 por cento e o Montepio de 2,3 por cento.

O Governo estima que a economia cresça 2,3 por cento em 2018, de acordo com o Programa de Estabilidade, contra 2,7 por cento em 2017.

Rui Serra aponta algumas incertezas para a economia em 2018 como a “situação ainda débil do sistema bancário” bem como “alguns riscos políticos” devido às diferenças entre a maioria parlamentar numa altura em que o país continua comprometido com objetivos de consolidação exigidos por Bruxelas “que não têm o apoio dos partidos mais à esquerda que apoiam o Governo”.

Do lado positivo, o economista salienta a recuperação do mercado de trabalho que pode “continuar a superar as expectativas, suportando maiores crescimentos da procura interna”.

Lusa

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Lusa
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