Hungria vai vetar quotas obrigatórias para refugiados na cimeira europeia

A Hungria vai vetar as propostas que forem apresentadas na próxima cimeira europeia para a introdução de quotas obrigatórias de acolhimento de refugiados pelos Estados-membros, afirmou hoje o ministro da Presidência húngaro, Gergely Gulyas.

“Na próxima cimeira da União [28 e 29 de junho], o Governo húngaro quer que não haja apoio a quotas obrigatórias, caso contrário o primeiro-ministro [Viktor Orbán] recorrerá ao veto”, disse o ministro à imprensa em Budapeste.

Evocando declarações recentes da chanceler alemã, Angela Merkel, sobre o fracasso do plano para o acolhimento de 160.000 refugiados, Gulyas afirmou: “Se a líder da maior potência europeia vê a questão assim, é inútil continuar a forçar este mecanismo de recolocação”.

O Governo da Hungria opõe-se frontalmente ao sistema de repartição de refugiados na União Europeia, tendo recusado receber qualquer pessoa.

Viktor Orbán tem defendido que os migrantes ameaçam a cultura cristã e europeia da Hungria e chegou a relacionar os refugiados com o terrorismo e a criminalidade.

O Parlamento húngaro começou hoje a debater uma polémica emenda constitucional que visa nomeadamente criminalizar as atividades de apoio a imigrantes e refugiados que estejam no país em situação irregular.

Entre os artigos do projeto, designado “Stop Soros” dado o apoio do magnata norte-americano de origem húngara George Soros a organizações de defesa dos direitos humanos na Hungria, figuram limitações ao acesso dos refugiados ao asilo e a penalização do apoio a migrantes.

O documento estipula que ajudar candidatos a asilo a obter o estatuto de refugiado pode ser punido com até um ano de prisão se essas pessoas não estiverem em perigo imediato ou tiverem entrado ilegalmente no país.

Na abertura do debate, o ministro da Justiça, Laszlo Trocsanyi, defendeu a emenda como “garantia da defesa da soberania do Estado e da identidade nacional”.

Além dos protestos de organizações não-governamentais húngaras e internacionais, o projeto foi criticado na semana passada pelo Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).

“O ACNUR está seriamente preocupado que, a serem aprovadas, estas propostas vão privar de assistência essencial pessoas forçadas a fugir das suas casas, inflamar ainda mais o discurso político e aumentar as atitudes xenófobas”, afirmou a agência num comunicado.

Lusa

Partilhar
Publicado por
Lusa

Artigos relacionados

Números do Euromilhões de hoje: Chave de sexta-feira, 17 de maio de 2024

Conheça os resultados do sorteio do Euromilhões. Veja os números do Euromilhões de 17 de…

há % dias

Euro Dreams resultados: Chave do EuroDreams de quinta-feira

Euro Dreams Resultados Portugal: A mais recente chave do EuroDreams é revelada hoje. Conheça os…

há % dias

17 de maio, Dia Internacional Contra a Homofobia

O Dia Internacional Contra a Homofobia assinala-se hoje, a 17 de maio, data em que, em…

há % dias

Hipertensão arterial: combater o ‘assassino silencioso’ é mais importante do que nunca

Artigo de opinião de Denis Gabriel, Neurologista, membro da Direção da Sociedade Portuguesa do AVC.…

há % dias

Células estaminais: perspetivas terapêuticas promissoras nas doenças inflamatórias

View Post Artigo de opinião da dra. Andreia Gomes, diretora-técnica e de Investigação e Desenvolvimento…

há % dias

16 de maio, Junko Tabei torna-se na primeira mulher a chegar ao topo do Everest

A alpinista japonesa Junko Tabei, que nasceu em Fukushima, a 23 de maio de 1939,…

há % dias