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“Hoje está tudo formatado para se falar de uma maneira. Toda a gente meteu na cabeça que tem de se ter cuidado”

Bruno Nogueira tem sido protagonista de programas onde aborda temas fraturantes e mais ou menos sensíveis. O humorista explica que através do seu registo consegue chegar mais próximo das pessoas, humanizando-as mesmo que num contexto de humor.

O apresentador assume que, nos dias que correm, as pessoas assistem a reportagens e, por exemplo, acabam por ter acesso a conteúdos muito “formatados” e as coisas acabam por já nem entrar.

“Assistem ao telejornal e morreram 30 mil pessoas e depois vem o tempo”, contou Bruno Nogueira, numa espécie de chamada de aviso de que é preciso pensar a vida de outra forma com as realidades das pessoas.

Assim, o humorista aproveita para criticar a forma como nos dias que correm também se falar sempre de uma determinada forma e não se falar dentro do dito registo natural das pessoas.

“As pessoas no dia a dia não falam com os termos politicamente corretos que se quer que se fale”, confessou Bruno Nogueira, em entrevista na SIC.

“A linha do moralismo estupidifica”

“Hoje em dia está tudo formatado para se falar de uma maneira”, referiu Bruno Nogueira, lamentando que “toda a gente meteu na cabeça que se tem de ter cuidado”.

Falando de um caso prático, a questão do envelhecimento, Bruno Nogueira lembrou que realizou uma experiência televisiva e passou algum tempo com “velhos” e disse que essas pessoas gostavam que os tratassem por “velhos” e não com outros termos.

“Termos que andam todos à volta como o sénior, o idoso, a pessoa de idade”, referiu Bruno Nogueira, para justificar a forma como acredita que a televisão pode mudar a perceção dos problemas das pessoas na realidade.

“A linha do moralismo estupidifica o espectador. Tento tratar as pessoas como trato uma pessoa que não tem uma condição especial”, explicou o apresentador de Tabu, o programa onde são abordados os problemas de pessoas com problemas de saúde grave e deficiências.

“Não sei se é normalizar a diferença se é aceitar a diferença. Ou seja, tratar a pessoa como ela é e como se não estivesse a acontecer nada ou como se fosse uma coitadinha”, referiu Bruno Nogueira, compreendendo que o formato pode ser polémico.

“Vai sempre haver pessoas que acham que não se brincam com aquelas coisas”, disse o humorista e apresentador que se mostra contra o registo de “cassete”.

“Uma coisa é haver uma cassete, outra é uma pessoa a contar a sua história”, defendeu Bruno Nogueira, admitindo que sendo um humorista a abordar os ditos temas fraturantes ou sensíveis da sociedade pode ser diferente.

“Não sendo jornalista tenho liberdade para abordar o tema de outra maneira”, concluiu Bruno Nogueira.

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