Em 1925, após a derrota da Alemanha na I Guerra Mundial, um alemão de origem austríaca escreveu uma obra, de dois volumes, com forte carga ideológica. Intitulado “Mein Kampf” (“A minha luta”, em tradução literal), o livro sustentou a formação de um regime que viria a dar origem à II Guerra Mundial. Décadas depois, a obra de Adolf Hitler surge entre as mais vendidas em edição digital.
Os tops das grandes livrarias online, como a Amazon, não enganam: a ‘bíblia’ do regime nazi, que consta na secção ‘propaganda e psicologia política’, é um dos ebooks mais vendidos. O preço – um euro – poderá não justificar que um dos maiores ditadores seja também um escritor ‘best seller’.
“Só através das edições gratuitas da obra, em língua inglesa, foram feitos 100 mil downloads, enquanto nas versões pagas se tem assistido a um aumento exponencial das vendas”, salientou Chris Faraone, um editor britânico citado pelo The Guardian.
De acordo com este especialista, a privacidade associada às publicações digitais poderá ser o segredo para o ressurgimento do “Mein Kampf”. Faraone acredita que o aumento da procura “poderá ter a ver com a curiosidade e com o facto de, agora, poder ser lido na privacidade dos iPads” e outros aparelhos eletrónicos.
“Devido ao tipo de livro ideológico que é, e à pesada carga ideológica que tem, as pessoas tinham receio de o comprar numa livraria, de o ler no metro ou mesmo colocá-lo na estante da sua sala, para não serem conotadas com o regime nazi ou serem criticadas por isso. Agora têm a oportunidade de satisfazer a curiosidade com mais privacidade”, argumentou.
O sucesso de Adolf Hitler como escritor tem um perigoso simbolismo histórico, de acordo com alguns sociólogos. O regime nazi foi fundado sobre os escombros de uma Europa devastada por uma crise económica e social e com elevados índices de desemprego. A combinação destes fatores favoreceu os movimentos nacionalistas e as ideologias radicais. Poderá a História repetir-se?
“Em resultado da derrocada financeira da crise da dívida da zona euro, os partidos populistas tanto de esquerda como de direita viram e vão provavelmente ver um aumento significativo na sua popularidade”, adiantavam vários analistas ao The Guardian, o mesmo jornal que agora citou o editor Chris Faraone, em 2009, ano em que várias eleições demonstraram o crescimento da extrema-direita na Europa.
O “Mein Kampf” é um livro proibido em muitos países (inclusive em Portugal e na Alemanha) devido ao conteúdo de intolerância política, religiosa e racial.
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