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Hipótese de medicamento contra o cancro surpreende ao acelerar tumores da tiroide

A tentativa de criar um fármaco para combater vários tipos de cancro acabou por confirmar, afinal, a substância experimentada contribui para acelerar o desenvolvimento de tumores fatais da tiroide. “Ficámos preocupados”, admitem os investigadores.

Uma substância que poderia ser o ponto de partida para criar um medicamento contra vários tipos de tumores acaba, contudo, por contribuir para o desenvolvimento do cancro anaplásico da tiroide, um dos mais letais. “O resultado foi exatamente o oposto do que esperávamos. Ficámos mais do que surpresos, ficámos preocupados”, lamentou o coordenador do Mayo Clinic (o instituto nos EUA onde foi realizada a descoberta), John Copland.

A investigação procurava utilizar o Forkhead, um fator de transcrição denominado FOXO3a, como supressor de tumores. Ao invés do registado em ensaios laboratoriais, nos quais esta substância abrandava o crescimento das células cancerígenas, as experiências mais recentes demonstraram que o FOXO3a promove o crescimento do cancro anaplásico da tiroide.

Em vários casos de cancro, este fator de transcrição ativa determinados genes que, em consequência, destroem as células tumorais. O cancro tenta expulsar o FOXO3a para dentro do citoplasma da célula, através da Akt. No estudo, os investigadores bloquearam esta molécula para que o fator de transcrição atingisse o núcleo da célula, onde atuaria sobre o cancro. Os resultados surpreenderam ao demonstrar que, com o uso dum inibidor da Akt, o FOXO3a acelerar o crescimento do tumor.

“Descobrimos que há um comutador biológico que converte o FOXO3a do lado do bem para o lado do mal, mas ainda não sabemos o que é ou em que tipos de cancro isso pode acontecer”, afirmou Laura Marlow, coautora do estudo, publicado no Journal of Cell Science.

A principal preocupação da equipa de cientistas é que muitos dos ensaios atualmente em curso na luta contra o cancro envolvem inibidores da molécula. “Os investigadores do cancro, incluindo os que estão a testar inibidores da Akt, deveriam saber que o FOXO3a tem uma atividade pró-cancro, ao mesmo tempo que tem propriedades anticancro”, reforça John Copland: “deve existir a preocupação de que um inibidor da Akt irá melhorar a retenção do FOXO3a no núcleo, fazendo com que o FOXO3a permaneça ativo”.

Embora o FOXO3a seja detetado em apenas dois por cento dos casos de cancro anaplásico da tiroide, encontra-se envolvido em cerca de 40 por cento das mortes provocadas por esta doença. “O problema que estamos a atacar é a inexistência de um tratamento eficaz para esse tipo de cancro. Esses tumores são muito agressivos porque são muitas as anormalidades genéticas”, complementou outro autor, Robert Smallridge.

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