Greve dos enfermeiros: Sindicalista admite guerra entre CGTP e UGT

Até que ponto a luta pelo poder sindical influiu na presente greve dos enfermeiros? Não há uma resposta simples, mas o presidente do Sindicato dos Enfermeiros (SE) revela que há três forças sindicais a negociar com o Ministério da Saúde, deixando os enfermeiros privados de uma voz única.

Uma ‘confissão’ que surge na entrevista que José Correia Azevedo concedeu ao I, a propósito da greve dos enfermeiros. O sindicalista abordou o “ponto de rutura” referido pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), “afeto à intersindical”, ou seja, à CGTP.

“O SEP está a ser comandado por Ana Avoila, que dirige a frente comum dos sindicatos da função pública, que são 35. É a cereja desse bolo. E portanto, este sindicato está de facto a negociar, mas está a negociar um regime geral para carreiras gerais no Ministério das Finanças”, explicou.

Já o SE, ao qual preside, “é fundador da UGT”.

“O outro sindicato que convoca a greve é independente”, acrescentou José Correia Azevedo.

O sindicalista da SE considerou que o SEP de Ana Avoila, sendo “muito próximo” do PCP, está a prejudicar toda a enfermagem.

“Os outros não podem fazer nada que não seja controlado por Ana Avoila, que com a enfermagem reduzida a uma simples carreira engrossa a sua fonte de influência. Avoila percebe de hotelaria, mas não percebe nada de enfermeiros nem da problemática da enfermagem”, acusou.

Mas a UGT também tem culpa, salientou: “A UGT é uma central sindical predominantemente ocupada por professores e bancários, os enfermeiros têm estado um bocado à margem. Os paramédicos, por exemplo, já resolveram os seus problemas porque têm uma paramédica no executivo da UGT”.

O presidente do SE acusou ainda os médicos de travarem as carreiras na enfermagem, tanto mais que controlam a tutela: “O ministro da Saúde é médico, o secretário de Estado Adjunto da Saúde é médico e só o outro secretário de Estado é que não é médico, mas tem de estar de acordo com os médicos porque ganhou esse jeito nos muitos anos em que foi administrador hospitalar de carreira”.

“Toda esta engrenagem tem como consequência final o dinheiro”, acusou: “E o facto é que os médicos são 14 por cento dos funcionários do Ministério e ganham 87 por cento da massa salarial total. Os enfermeiros são 33 por cento, o dobro dos médicos, e junto com os outros profissionais recebem os outros 13 por cento. A corporação médica não permite interferências alheias”.

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