Mariam Yahya Ibrahim, uma sudanesa condenada à morte, teve a filha na prisão, como noticiámos na terça-feira: mas só hoje é que são conhecidos alguns pormenores do parto.
De acordo com a denúncia da Amnistia Internacional (AI), a mulher tem estado sempre acorrentada e, mesmo na altura em que deu à luz, tinha correntes nas pernas.
“Eles mantiveram-lhe as correntes nas pernas. Ela estava muito triste com isso”, reforçou o marido, Daniel Wani, numa entrevista ao The Telegraph.
O homem revelou ainda que só na quarta-feira, um dia após o parto, conseguiu ver a filha. “É muito bonita”, afirmou.
Mariam Yahya Ibrahim, de 25 anos e que foi presa quando estava no oitavo mês de gravidez, foi condenada à pena de morte por enforcamento. O motivo? Recusara renunciar à fé cristã, num país que é regido desde 1983 pela lei islâmica, a ‘sharia’.
A sentença ficou suspensa por dois anos, o tempo necessário para a jovem mãe cuidar da recém-nascida.
Para além do crime de apostasia, Mariam foi também condenada a 100 chicotadas por adultério: vivia em união com um homem que não é muçulmana. Isto porque o Sudão não reconhece o casamento cristão.
O casal tem um filho de 20 meses, Martin, que está na cadeia com a mãe. “Ele está bem. Nem creio que ele perceba o que se está a passar e está feliz”, salientou o pai, que vive confinado a uma cadeira de rodas por sofrer de distrofia muscular.
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