O ministro das Obras Públicas e Habitação de Moçambique, Osvaldo Machatine, considerou que prevalece o tráfico de influências na adjudicação de obras públicas, qualificando como “inadmissível” que a maioria das empreitadas seja atribuída às mesmas empresas.
Em declarações ao diário Notícias, Osvaldo Machatine defendeu a imposição de limites no número de obras adjudicadas às empreiteiras, visando promover a transparência no setor.
“Caso não seja sanada esta situação, seremos obrigados a impor limites de adjudicação que cada empresa pode ter nos concursos públicos”, afirmou Osvaldo Machatine.
O ministro das Obras Públicas e Habitação criticou igualmente o facto de a maioria das obras públicas serem adjudicadas a empresas estrangeiras em detrimento das nacionais, assinalando que essa situação fragiliza o empresariado local.
“É questionável o facto de volvidos 44 anos da independência nacional, a Administração Nacional de Estradas continuar a dizer ao país, através dos últimos anúncios de adjudicação de obras, que Moçambique não possui empresas com capacidade”, afirmou Osvaldo Machatine.
O ministro defendeu igualmente a identificação de alternativas para o financiamento de obras públicas, destacando que o país enfrenta um défice de 150 milhões de dólares (132 milhões de euros) para a construção, reabilitação e asfaltagem de estradas, uma vez que são necessários 450 milhões de dólares (397 milhões de euros) para essa operação.
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