Economia

FMI exorta governos a rejeitar o protecionismo

A diretora-geral do FMI elencou hoje a rejeição do protecionismo, a prevenção dos riscos financeiro e orçamental e a defesa do crescimento de longo prazo como as três principais mensagens dos Encontros da Primavera.

Num discurso proferido esta madrugada na Universidade de Hong Kong, a líder do Fundo Monetário Internacional (FMI) vincou que estas são as três principais mensagens que serão sublinhadas no relatório sobre as Perspetivas Económicas Mundiais, a lançar na próxima semana em Washington.

As três mensagens, assim, começam pela rejeição do protecionismo: “Os governos precisam de rejeitar o protecionismo em todas as suas formas; a história mostra que as restrições à importação prejudicam toda a gente, especialmente os consumidores mais pobres”, vincou Lagarde.

A declaração acontece numa altura em que a maior economia do mundo, os Estados Unidos, lançou um forte aumento dos impostos alfandegários sobre o alumínio e o aço, originando por parte da China, a segunda maior economia mundial, uma resposta semelhante, o que poderá desencadear uma guerra comercial mais alargada.

O sistema de comércio multilateral, acrescentou, “transformou o nosso mundo na última geração” e seria “um falhanço político coletivo” se este sistema de regras e responsabilidade partilhada fosse posto em perigo.

A segunda mensagem que vai ser enfatizada para a semana em Washington é o perigo que decorre do aumento da dívida pública e privada, que chegou ao nível mais alto de sempre: 164 biliões de dólares.

“Novas análises do FMI mostram que, depois de uma década de condições financeiras fáceis, a dívida global chegou ao maior valor de sempre; a dívida pública nas economias avançadas está a níveis inéditos desde a Segunda Guerra Mundial, e se as tendências recentes continuam, muitos países de baixo rendimento vão enfrentar um peso da dívida insustentável”, acrescentou a diretora-geral do FMI no discurso proferido em Hong Kong.

Como um peso da dívida elevado deixou os governos, as empresas e as famílias mais vulneráveis a condições financeiras mais restritivas, a construção de almofadas orçamentais é fundamental.

“Isto significa criar mais espaço de manobra para agir quando o próximo ciclo económico descendente inevitavelmente surgir”, concluiu Lagarde sobre a segunda mensagem do FMI.

Sobre a criação de riqueza inclusiva a longo prazo, a diretora-geral do Fundo salientou que “mais de 40 países emergentes e em desenvolvimento devem crescer mais devagar, em termos per capita, que as economias avançadas”, o que significa uma importância acrescida de os setores dos serviços aumentarem a produtividade.

“O governo digital pode garantir serviços públicos mais eficazmente, o que ajuda a melhorar a vida das pessoas”, disse, concluindo que “ao usar novas ferramentas, como análise de grandes dados, os governos conseguem reduzir as fugas, que estão muitas vezes diretamente relacionadas com a corrupção e a evasão fiscal”.

“O mundo está a viver um forte crescimento… e como vão ver nas nossas perspetivas na próxima semana, continuamos a estar otimistas”, disse Christine Lagarde no discurso de lançamento dos Encontros da Primavera, que decorrem durante a próxima semana em conjunto com o Banco Mundial.

Para Lagarde, este momento de crescimento sustentado é ideal para os governos apostarem em reformas políticas, já que “a janela de oportunidade está aberta”.

No entanto, acrescentou a antiga ministra das Finanças de França, “há um novo sentido de urgência porque as incertezas aumentarem significativamente, desde as tensões comerciais, ao aumento dos riscos financeiro e orçamental, até à geopolítica mais incerta”.

Lusa

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Etiquetas: FMIhome

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