Categorias: Economia

FMI assume erros nos programas de consolidação orçamental português e grego

A assunção de erro do Fundo Monetário Internacional (FMI) nos programas de ajustamento português e grego provém da própria Christine Lagarde. A diretora-geral reconhece que Portugal e Grécia precisariam de mais tempo. Segundo Lagarde, foi exigida “demasiada consolidação em pouco tempo”.

Não é a primeira voz de reconhecimento de erro nos programas de ajustamento de Portugal e Grécia. E não é a primeira voz do FMI a fazer um mea culpa. Desta vez é a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional a assumir que havia pouco conhecimento sobre este tipo de programas

No Comité Económico e Social, em Bruxelas, Christine Lagarde defendeu, nesta terça-feira, que os resultados do ajustamento grego e português seriam mais eficazes se fosse concedido mais tempo para os aplicar.

Apesar de surgirem os primeiros sinais de retoma – Portugal saiu da recessão técnica e apresenta bons indicadores, sustentados no consumo e nas exportações –, a diretora-geral do FMI considera que a situação económica poderia ser mais positiva se os programas de consolidação não fossem aplicados de uma forma tão célere.

Christine Lagarde explica que o Fundo errou nos medidores do impacto da austeridade na economia, subvalorizando esse impacto. “Reconhecemo-lo porque o é uma questão de honra do FMI: reconhecer os seus erros”, afirmou Lagarde.

Apesar de tudo, o FMI sublinha que – com exceção do tempo da sua aplicação – os princípios do programa de consolidação orçamental seriam os mesmos, quer em Portugal, quer na Grécia.

Christine Lagarde salienta, por outro lado, que o FMI foi “o primeiro a dizer que havia “demasiada consolidação orçamental, demasiado rápido” e que seria necessário “dar mais tempo” àqueles países. E viria a fazer o mesmo relativamente a Espanha.

Apesar de tudo, Portugal está a dar sinais de retoma, muito ténue, empurrado pelas exportações e pela recuperação nos países da Zona Euro. Para Lagarde, “é cedo para cantar vitória”, ainda que a economia europeia aparente estar “no caminho certo”.

A diretora-geral do FMI considera que o combate ao desemprego jovem é agora o grande desafio com que os governos se deparam.

“Pode uma crise ter terminado quando 12 por cento da força de trabalho não tem emprego? Quando o desemprego entre os jovens atinge taxas de dois dígitos, que ultrapassam os 50 por cento na Grécia e em Espanha?”, perguntou, citada pelo jornal Público.

Redação

Partilhar
Publicado por
Redação

Artigos relacionados

Números do Euromilhões de hoje: Chave de sexta-feira, 17 de maio de 2024

Conheça os resultados do sorteio do Euromilhões. Veja os números do Euromilhões de 17 de…

há % dias

Euro Dreams resultados: Chave do EuroDreams de quinta-feira

Euro Dreams Resultados Portugal: A mais recente chave do EuroDreams é revelada hoje. Conheça os…

há % dias

17 de maio, Dia Internacional Contra a Homofobia

O Dia Internacional Contra a Homofobia assinala-se hoje, a 17 de maio, data em que, em…

há % dias

Hipertensão arterial: combater o ‘assassino silencioso’ é mais importante do que nunca

Artigo de opinião de Denis Gabriel, Neurologista, membro da Direção da Sociedade Portuguesa do AVC.…

há % dias

Células estaminais: perspetivas terapêuticas promissoras nas doenças inflamatórias

View Post Artigo de opinião da dra. Andreia Gomes, diretora-técnica e de Investigação e Desenvolvimento…

há % dias

16 de maio, Junko Tabei torna-se na primeira mulher a chegar ao topo do Everest

A alpinista japonesa Junko Tabei, que nasceu em Fukushima, a 23 de maio de 1939,…

há % dias