Uma fêmea de tubarão-zebra deu à luz sem ter relações sexuais

Leonie é o primeiro caso de um tubarão que passou da reprodução sexual à assexual. Em todo o mundo animal vertebrado, é apenas o terceiro caso conhecido.

O caso ocorreu em abril do ano passado, na Austrália, mas só agora é que os primeiros estudos científicos sobre este facto inédito começaram a ser publicados.

A reprodução assexual é muito rara, mas existe. O inédito é um tubarão que se reproduziu após acasalar com um parceiro se torne assexual e… se reproduza.

Pois foi o que aconteceu com Leonie, uma fêmea de tubarão-zebra que deu à luz Cleo, CC e Gemini.

Porém, desde 2012 que não existe um único macho no tanque dos tubarões.

Leo, o anterior parceiro de Leonie (tiveram mais de 20 tubarõezinhos), foi transferido para um outro aquário nesse ano e desde então não houve um único macho a entrar… no tanque.

“Pensávamos que ela poderia ter armazenado algum esperma, mas testámos as crias e os possíveis progenitores, recorrendo a marcadores DNA, e descobrimos apenas quatro células do Leonie”, explicou Christine Dudgeon, investigadora biomédica da Universidade de Queensland, na Austrália.

Os investigadores acreditam que as crias terão nascido de partenogénese, um processo de reprodução já visto em algumas espécies assexuadas.

Neste processo, os embriões conseguem desenvolver-se mesmo sem serem fertilizados (como ocorre na reprodução sexual).

Sendo vulgar em plantas e animais invertebrados, a partenogénese é rara entre os vertebrados, embora já tenham ocorridos casos com tubarões e lagartos sem parceiros para o acasalamento.

No entanto, Leonie é o primeiro caso de um tubarão a mudar da reprodução sexual para a assexual, o que está a espantar a comunidade científica.

É ainda o terceiro caso registado no mundo animal, depois de uma manta e uma jiboia-constritora.

O mais irónico é que o macho, Leo, foi afastado de Leonie porque andavam a ‘fabricar’ demasiados descendentes para as capacidades do aquário.

“A Leonie adaptou-se às circunstâncias e mudou depois de ter perdido o parceiro. Agora falta ssaber se isto também acontece na natureza e com que frequência”, acrescentou Christine Dudgeon: “Se calhar, nunca vimos isto antes porque nunca o procurámos”.

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