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Falha em células imunitárias agrava Alzheimer, revela estudo da UC

Investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) decifraram o modo como algumas células do sistema imunitário perdem a capacidade de combater a doença de Alzheimer, o que pode ajudar a encontrar um diagnóstico definitivo.

“Descobrimos que os monócitos (células do sistema imunitário inato) de doentes de Alzheimer são incapazes de se deslocar quando estimuladas por substâncias produzidas no cérebro, o que pode levar à redução do número de células que podem ser recrutadas para o tecido nervoso e participar no combate à doença”, explica Ana Luísa Cardoso, coordenadora do grupo de investigação.

O estudo de quatro anos, publicado na revista ‘Alzheimer’s & Dementia: Diagnosis, Assessment & Disease Monitoring’, identificou alterações moleculares nos monócitos de doentes que podem servir de ‘biomarcadores’ sinalizadores de Alzheimer, tanto numa fase precoce como em estados mais avançados.

A investigadora ressalva “a importância do estudo face à dificuldade em obter um diagnóstico definitivo em vida, não sendo fácil distinguir as diversas formas de demência.”

“Demos um passo importante na direção de um diagnóstico mais preciso, uma vez que conseguimos identificar diferenças evidentes nos monócitos dos doentes de Alzheimer, sobretudo nas fases muito precoces semelhantes ao Défice Cognitivo Ligeiro (DCL), comparativamente aos indivíduos saudáveis. A descoberta é particularmente importante visto que estas alterações foram encontradas em células do sangue, as quais podem ser obtidas de forma fácil, rápida e não invasiva”, salienta Ana Luísa Cardoso.

A investigação teve a colaboração da neurologista Isabel Santana, coordenadora da Consulta de Demência do Serviço de Neurologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

O estudo, que utilizou amostras de sangue de doentes de Alzheimer, com DCL e de pessoas saudáveis, revelou igualmente, pela primeira vez, defeitos funcionais importantes nos monócitos, células que têm sido apontadas como tendo efeitos terapêuticos em modelos animais de Alzheimer.

Segundo a investigadora do CNC, “é necessário enfatizar que este tipo de trabalhos com doentes, visto que nem sempre os estudos em animais têm uma translação direta para humanos”.

“Os resultados sugerem ainda que as alterações associadas à doença de Alzheimer não ocorrem apenas no cérebro, mas também no sangue, o que pode abrir caminho para novas terapias não invasivas”, conclui.

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