De acordo com números avançados pela TVI, as receitas conseguidas através da cobrança de portagens ficam muito aquém das despesas inscritas nos acordos com as concessionárias, rubricados precisamente em resultado desse processo de cobrança.
Segundo o Tribunal de Contas, as empresas concessionárias “passaram a beneficiar de rendas avultadas”. A Estradas de Portugal previu encaixar 250 milhões de euros, em 2012, na cobrança de portagens. No entanto, a mesma empresa terá custos na ordem dos 650 milhões, com os compromissos estabelecidos com as concessionárias.
O aumento do preço dos combustíveis e as dificuldades económicas das empresas e famílias veio desadequar as previsões de tráfego, feitas pelo Estado, quando estabeleceu os contratos.
Quem veio ganhar com estas cobranças são os consórcios. A Ascendi tem assegurado um aumento dos encaixes que ronda 6000 milhões de euros. Já o Euroscut viu aumentar os lucros em 1198 milhões de euros. Independentemente do número de carros que passem nas ex-scut.
Pelo contrário, as receitas do Estado só serão capitalizadas se os automobilistas utilizarem as vias, após esta renegociação dos acordos, realizada pelo Governo de José Sócrates. Estradas sem carros só provocam mazelas nas contas públicas.
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