São necessários, em média, 13 anos para que uma mulher vítima de violência doméstica decida terminar a relação amorosa que mantém com o seu agressor, de acordo com um estudo que visa caracterizar as vítimas deste flagelo social.
Segundo Mauro Paulino, psicólogo forense que levou a cabo uma tese de mestrado na Universidade Nova de Lisboa, abordando esta temática, as mulheres vítimas de agressões no seio familiar estão a ser, simultaneamente, cúmplices desse crime.
“Enquanto técnicos e profissionais temos de honrar a ciência e a ciência é fria a ler os dados. Então, temos de responsabilizar uma mulher que fica 13 anos numa relação violenta”, revelou Mauro Paulino, em declarações à Lusa.
O investigador, para a realização deste estudo, consultou 458 processos do Instituto Nacional de Medicina Legal de Lisboa, fazendo também entrevistas a algumas mulheres vítimas de violência conjugal.
No que diz respeito à violência doméstica, Portugal está na lista negra da Amnistia Internacional. Em 2011 contabilizaram-se 14 508 queixas nas diversas forças policiais, ao que corresponde uma média de 40 agressões por dia.
Assinale-se que a violência doméstica não se verifica apenas entre casais e que nem sempre o agredido é a mulher.
Os idosos são muitas vezes vítimas deste tipo de violência. Também os filhos são, em alguns casos, os agressores.
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