“Racismo”, “discriminação” e “segregação” tornaram-se palavras pronunciadas em quase todas as conversas numa escola básica de Tomar, onde um grupo de ciganos foi colocado numa turma.
São 14 alunos de quatro anos escolares distintos, cujas idades variam entre 7 e 14 anos, que estão separados de todos os outros, numa sala de aula que apenas acolhe pessoas daquela etnia.
De acordo com o Mirante, a decisão de formar uma turma apenas com ciganos “partiu do coordenador da escola”, sendo que o Agrupamento de Escolas dos Templários descarta responsabilidade.
Ainda segundo aquele jornal, foi decidido colocar aqueles alunos numa turma porque, alegadamente, apresentavam “poucos progressos”.
Mas estes argumentos não convencem os pais dos ciganos, que se sentem vítimas de racismo, alvo de discriminação, vítimas de segregação. A medida foi adotada pela primeira vez, naquele agrupamento.
Em direções ao Mirante, Carlos Ribeiro, diretor do agrupamento, nega qualquer “intuito discriminatório por detrás desta concentração de alunos de etnia cigana”.
Salienta que o objetivo da medida é permitir a estes alunos em particular que progridam no seu nível escolar.
Em anos anteriores, estes alunos integraram turmas ‘normais’ e tiveram, segundo Carlos Ribeiro, resultados insatisfatórios.
A professora que vai dar aulas a estes alunos sabe da situação e aceitou dar aulas a uma turma de etnia cigana. E o diretor apenas assume um erro: não ter divulgado aos pais que esta medida iria avançar.
De todo o modo, nenhum destes argumentos convence os pais dos alunos em causa, se sentem que os filhos foram colocados numa ilha, por questões de preconceito.
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