Diversas entidades públicas e privadas moçambicanas estão a mobilizar apoios para as vítimas do ciclone Idai, no centro de Moçambique, pedindo essencialmente produtos não perecíveis e de higiene.
A MPDC, empresa gestora do porto de Maputo, revelou hoje que está a receber bens doados para serem transportados por via marítima para o centro do país, onde serão distribuídos pelas vítimas do ciclone.
Produtos alimentares e de higiene, cobertores, roupa e calçado, bem como utensílios domésticos são os bens de maior necessidade para a emergência que se vive no centro do país, segundo a MPDC.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, Maláui e Zimbabué provocou pelo menos 222 mortos, segundo balanços provisórios divulgados pelos respetivos governos na segunda-feira.
Mais de 1,5 milhões de pessoas foram afetadas pela tempestade naqueles três países africanos.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que o ciclone poderá ter provocado mais de mil mortos em Moçambique, estando confirmados atualmente 84.
O consulado-geral de Portugal em Maputo apelou hoje à solidariedade para com as vítimas da tempestade no centro, indicando um espaço onde, a partir de quinta-feira, podem ser doados bens destinados à assistência humanitária.
No comunicado é apontada a necessidade de bens de maior necessidade farinha, arroz, óleo, açúcar e feijão, produtos para tratamento de água, lençóis, mantas e redes mosquiteiras.
A empresa Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB) anunciou hoje um apoio monetário no valor de quatro milhões de meticais (56 mil euros) para a assistência humanitária às vítimas do ciclone.
A bancada parlamentar da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, anunciou uma doação de pouco mais de 400 mil meticais (5.600 euros) a favor das vítimas do ciclone
O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.
Estimativas iniciais do Governo de Maputo apontam para 600 mil pessoas afetadas, incluindo 260 mil crianças.
O Governo português anunciou, na segunda-feira, não ter registo de “cidadãos portugueses mortos, feridos ou em situação de perigo” nas zonas afetadas pela tempestade, mas “várias dezenas perderam casas e bens”.
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