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Emissões carbónicas aumentam 29,2% em 2017 face a 1990 devido aos incêndios

O total de emissões carbónicas em 2017 aumentou 29,2 por cento em relação a 1990, estando relacionado com os incêndios rurais daquele ano, segundo o Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 publicado hoje em Diário da República.

Segundo o Inventário Nacional de Emissões de 2019 da Agência Portuguesa do Ambiente, referido no Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 (RNC2050), aprovado no Conselho de Ministros do dia 06 de junho e publicado hoje em Diário da República, o total de emissões em 2017 é estimado em 78,0 milhões toneladas de equivalência em dióxido de carbono.

“Este crescimento acentuado está relacionado com os incêndios rurais ocorridos no trágico ano de 2017, situação associada a um ano particularmente seco, às altas temperaturas verificadas que ocorreram fora do período normal de verão (os maiores incêndios rurais ocorreram em junho e outubro), e a ventos invulgarmente fortes, como o furacão Ofélia que assolou a costa da Península Ibérica em outubro de 2017”, pode ler-se no documento.

O RNC2050, que entra em vigor na terça-feira, define estratégias para atingir a neutralidade carbónica até 2050 e, para isso, foram identificados os setores com potencial de redução – energia e indústria, mobilidade e transportes, agricultura, florestas e outros usos de solo, e resíduos e águas residuais – e as metas que cada um deve alcançar.

O setor da energia é o que vai sofrer transformações mais profundas, uma vez que é esperada, até 2050, a redução de 99 por cento das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) na produção de eletricidade face a 2005.

Para atingir esta meta estão previstos “investimentos significativos” nas energias renováveis, particularmente na energia eólica e fotovoltaica, e na “forte redução ou abandono da produção de eletricidade com recurso a combustíveis fósseis, como sejam o carvão, o fuelóleo e o gás natural”, segundo o RNC2050.

Relativamente ao setor dos transportes, a descarbonização será “quase total”, esperando-se a redução de 98 por cento das emissões de GEE face a 2005, através da aposta no sistema de transporte público e na substituição dos veículos tradicionais por uma frota essencialmente elétrica.

A descarbonização do setor dos transportes será quase total (redução de 98 por cento das emissões de GEE face a 2005) e terá como medida fundamental o reforço do papel do sistema de transporte público e a substituição dos atuais veículos a combustíveis fósseis por uma frota essencialmente elétrica.

A eletrificação quase total dos consumos de energia nos edifícios, residenciais e de serviços, deverá contribuir para uma descarbonização de 96 por cento face a 2005.

O reforço do isolamento dos edifícios, o recurso a solar térmico e bombas de calor, que têm como consequência “grandes ganhos de eficiência energética”, são medidas também contempladas neste documento.

Na indústria, o objetivo é atingir uma redução de cerca de 80 por cento nas emissões de queima de combustíveis, por via da eletrificação, uso de biomassa e aumentos de eficiência, enquanto nas emissões que resultam dos processos industriais o potencial é muito mais limitado (reduções de 60 por cento) devido à falta de diversidade de tecnologias custo-eficazes disponíveis.

Já no setor da agricultura, quando considerado como um sistema único as emissões da agricultura com a dos solos agrícola e das pastagens, o potencial para reduções de emissões é de 40 por cento a 60 por cento.

“Nos resíduos e águas residuais as reduções serão mais significativas (cerca de 75 por cento face a 2005), por via de um forte aumento da circularidade da economia, da eliminação de resíduos orgânicos em aterro e da redução das produções ‘per capita’ de resíduos total e orgânico”, acrescenta o documento.

O Governo assumiu em 2016 o compromisso de alcançar a neutralidade carbónica até 2050, no âmbito da ratificação do Acordo de Paris, decidindo, para isso, elaborar o RNC2050.

O Acordo de Paris entrou em vigor em 04 de novembro de 2016 e os países que o assinaram comprometeram-se a adotar medidas para reduzir a emissão de GEE, a fim de conter o aquecimento global abaixo dos 2ºC, preferencialmente em 1,5ºC.

Lusa

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