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Duas retroescavadoras que removem destroços no Bairro do Aleixo incendiadas por desconhecidos

Um ato de vandalismo travou a remoção dos destroços resultantes da demolição do Bairro do Aleixo. Duas retroescavadoras foram incendiadas na madrugada de hoje, por desconhecidos, presumindo-se que se trate de uma ação de protesto. A PSP do Porto refere, em declarações à Lusa, que as máquinas “ficaram completamente destruídas”, sendo que não há testemunhas nem suspeitos.

Não há testemunhas do episódio que levou à destruição de duas retroescavadoras, na madrugada desta terça-feira, no Bairro do Aleixo, máquinas que estavam a ser utilizadas na retirada dos destroços da torre 5, demolida na passada sexta-feira. A Polícia de Segurança Pública (PSP) também não tem sabe quem foi o autor do incêndio, que deixou as cabinas das retroescavadoras devastadas pelas chamas.

Segundo declarações à agência Lusa de fonte do Comando Metropolitano da PSP do Porto, “ninguém quer falar sobre o assunto e não existem testemunhas”. O processo de demolição do Bairro está longe de ser pacífico e este ato de vandalismo poderá ser um efeito da revolta que a decisão de Rui Rio está a gerar.

O presidente da Câmara Municipal do Porto pretende que o Bairro do Aleixo esteja demolido até ao final do mandato, o que não agrada a todos os moradores – alguns dos quais viveram décadas naquela zona da cidade e não aceitam esta decisão. Ainda que a PSP não possa apontar responsáveis, é possível que o incêndio nas duas retroescavadoras se trate de uma ação de protesto.

A torre 5 do Baixo do Aleixo é implodida ao final da manhã de sexta-feira, num processo de transformação do bairro num condomínio de luxo. Numa operação delicada, cerca de 150 quilogramas de explosivos colocados em diferentes pisos: nos três primeiros e no oitavo. No total, 509 pessoas do Aleixo e da Rua da Mocidade da Arrábida tiveram de sair de casa.

Há cerca de 45 dias, deu-se início ao processo de demolição, com a retirada de janelas e caixilharias do edifício. A torre 5 ficou reduzida ao cimento, num cenário que provocou nostalgia aos moradores. Alguns não quiseram sequer olhar o processo de preparação da implosão, manifestando a dor que sentem ao ver o Bairro do Aleixo demolido.

Vítima da especulação imobiliária e do elevado valor dos terrenos onde se situa, o Aleixo desce à terra para dar lugar a um condomínio de luxo. A degradação do bairro e a criminalidade – comuns a tantos outros espaços habitacionais do género, na cidade do Porto e não só – suscitaram o deflagrar dos engenhos explosivos que matam o Aleixo. A torre 5 representa o primeiro de cinco capítulos de um fim que deixa mágoa.

No dia em que assinala o décimo ano à frente dos destinos da Câmara do Porto, Rui Rio viu cair a primeira torre, perante o protesto dos moradores, alguns dos quais com um passado ligado ao Aleixo e com o sentimento de dor, por uma ordem de despejo de razões dúbias.

A primeira torre caiu, a implosão foi tecnicamente perfeita, mas a agitação está longe de terminar. O Bairro do Aleixo não morrerá tranquilo, conforme se pode comprovar com este incêndio nas retroescavadoras.

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