Economia

Dirigentes do Norte recebem o triplo de trabalhadores não qualificados

Os trabalhadores com funções de dirigentes auferem, na região Norte, um rendimento médio mensal líquido de 1.585 euros, valor que representa o triplo daquele recebido por trabalhadores não qualificados, revelam dados do relatório Norte Estrutura hoje divulgado.

“Uma análise por grupos de profissões mostra que a disparidade entre os trabalhadores por conta de outrem com maior e menor salário médio se manteve aproximadamente constante na Região do Norte desde 2014, com os chamados dirigentes a auferirem entre o triplo e 3,2 vezes o rendimento médio dos trabalhadores não qualificados (depois de em 2012 terem auferido o quádruplo)”, conclui o documento elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

Na região, e entre os trabalhadores por contra de outrem, o grupo profissional dos dirigentes (onde se incluem representantes do poder legislativo e de órgãos executivos, dirigentes, diretores e gestores executivos) é também um dos de menor dimensão (apenas cerca de 39 mil empregados em 2017).

A nível salarial, seguem-se os especialistas das atividades intelectuais e científicas (1.244 euros em 2017), o grupo dos técnicos e profissões de nível intermédio (919 euros), pessoal administrativo (716 euros mensais), trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices (667 euros), operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem (648 euros) e trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção e segurança e vendedores (630 euros).

Com os níveis salariais mais baixos do Norte estão os grupos de trabalhadores qualificados da agricultura, pesca e floresta (507 euros) e trabalhadores não qualificados (502 euros).

De uma forma geral, o salário médio da região registou, nos últimos dois anos, um crescimento real superior ao observado ao nível nacional, atingindo os 796 euros, mas ainda assim manteve-se inferior ao salário médio nacional em cerca de 7 por cento, tal como há cinco anos.

Em 2017, o mercado de trabalho no Norte caracterizou-se pelo aumento da oferta de mão-de-obra, crescimento do emprego, descida do desemprego e aumento do salário real.

Nos últimos anos, o aumento da oferta de recursos humanos no Norte “deveu-se unicamente” à mão-de-obra feminina, que cresceu 2,7 por cento em 2017, o que representa mais 25 mil mulheres ativas do que em 2016. Em sentido inverso, a população ativa masculina residente na região diminuiu ligeiramente em 2017.

O documento destaca ainda a “progressiva escolarização” da mão-de-obra no Norte. Se em 1998, apenas um em cada 15 ativos do Norte tinha concluído um curso do ensino superior, 19 anos depois, em 2017, cerca de 22,2 por cento da população possuía habilitação ao nível do ensino superior.

Nos últimos dois anos, as atividades que mais contribuíram para o crescimento da população empregada residente foram o ramo do alojamento, restauração e similares (com cerca de mais 15 mil empregados) e as indústrias transformadoras (mais 14 mil), seguidas da educação (mais 10 mil) e transportes e armazenagem (mais nove mil).

Paralelamente, a taxa de desemprego continua a ser mais elevada no Norte do que a nível nacional, situação que se mantém desde 2003, tendo-se fixado nos 9,8 por cento em 2017. Numa análise por sub-regiões, o valor mais baixo encontrava-se, no ano passado, no Alto Minho, com 6,7 por cento de desemprego, enquanto no outro extremo, e com 14,6 por cento, a sub-região do Douro tinha a taxa de desemprego mais elevada.

Com taxas de desemprego superiores à média no Norte encontravam-se, no mesmo período, as sub-regiões do Alto Tâmega (12,9 por cento), de Terras de Trás-os-Montes (10,9 por cento), do Tâmega e Sousa (10,5 por cento), e a Área Metropolitana do Porto (10,3 por cento).

O relatório Norte Estrutura avalia ainda o crescimento das empresas da região nos últimos anos, concluído que entre 2008 e 2016 foi determinado pela internacionalização e aumento de produtividade, com o volume de negócios para o mercado externo a atingir um valor recorde em 2016 e as indústrias transformadoras a darem um forte contributo para o crescimento da produtividade do trabalho, dos lucros e do investimento, principalmente em equipamento básico.

Lusa

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