Os negócios televisivos do Benfica com a NOS, em paralelo com os contratos vigentes entre FC Porto e Sporting com a Controlinveste.
Perceba a evolução do negócio das transmissões televisivas nos últimos anos, nos três grandes do futebol português.
O novo acordo rubricado entre Benfica e NOS pode atingir um valor de 40 milhões de euros por época, para um período de 10 anos.
O contrato representa um valor histórico para aquele produto, até agora dominado pela Controlinveste e com a exceção mundial encarnada: o Benfica é (ainda) o único grande clube que apostou na difusão dos seus jogos em canal próprio.
Numa análise ao mercado nacional, apenas com os três grandes como referência, é possível perceber a dimensão do negócio. Quais os valores que Sporting e FC Porto receberam, nos contratos mais recentes que estabeleceram?
Em 2011, o FC Porto prolongou o contrato de cedência de direitos de transmissão televisiva dos jogos da Liga por mais quatro anos.
O acordo que vigorava até 2014 foi prorrogado até 2017/18 (mais quatro épocas). Os dragões receberam, do grupo liderado por Joaquim Oliveira, 82,8 milhões de euros, a uma média de 20,7 milhões de euros por temporada.
Realce-se que esta renovação representou um grande aumento nos ganhos do clube – em 2008, o FC Porto vendera exatamente o mesmo produto, por quatro épocas, e encaixara apenas 51,75 milhões de euros.
Por seu turno, o Sporting tinha contrato com a mesma entidade, a Controlinveste, e por igual número de temporadas. Em julho de 2010, o clube de Alvalade comunicou à CMVM a renegociação da cedência de direitos de transmissão dos jogos em casa, num acordo válido entre 2013/2014 até 2017/2018, inclusive.
Este vínculo de cinco temporadas permitiu ao Sporting encaixar 108 milhões de euros, a uma média de 21,6 milhões por época.
O Benfica, recorde-se, recusara negociar com a Controlinveste e avançou com a transmissão na BTV. Segundo o relatório e contas, o canal permitiu-lhe arrecadar 28 milhões de euros brutos, na temporada passada.
Com o acordo agora assinado com a NOS, a SAD encarnada consegue aumentar esses valores, com o mesmo produto, recebendo o dobro do que ganham FC Porto e Sporting.
“O contrato celebrado terá uma validade de três anos, com início na época desportiva 2016/2017, podendo ser renovado por decisão de qualquer das partes até perfazer um total de 10 épocas desportivas. O valor do contrato ascende a um total de 400 milhões de euros”, pode ler-se no comunicado enviado à CMVM.
Este negócio acabar por ser uma excelente notícia também para FC Porto e Sporting: percebe-se que a transmissão televisiva está a valorizar-se a um ritmo gritante.
Se considerarmos o pior negócio do FC Porto em 2008 com o melhor negócio do Benfica em 2015, verificamos que uma época permitia aos dragões arrecadar 10 milhões por época, o que representa um quarto do que o Benfica vai receber agora.
Há muitos milhões a caminho da Luz, mas FC Porto e Sporting podem começar a reservar algum espaço nos cofres, nos novos contratos que assinarão em breve.
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