Noutros tempos é que se faziam os partos em casa: agora não se justifica, diz o responsável pela Direção Geral de Saúde (DGS).
“Não contem com a simpatia do diretor geral da Saúde para a promoção de partos não só em casa, como também assistidos autonomamente por enfermeiros”, afirmou Francisco George: “Não vamos voltar para trás”.
Em causa estão os partos realizados em casa, uma tendência que, embora “não muito expressiva”, tem de se “combater, a nível informativo, logo no início”, para que não ocorram as “situações dramáticas” em que alguns recém-nascidos dão entrada nos hospitais.
“O parto hospitalar é o mais seguro”, insistiu Luís Graça, diretor do serviço de obstetrícia do Hospital de Santa Maria.
Com base num estudo publicado nos EUA, que refere que dois em cada três bebés que morrem nos partos domiciliários poderiam ser salvos se nascessem num hospital, o obstetra salientou que “podemos reduzir em dois terços a mortalidade perinatal”.
Já Francisco George condenou também os partos em casa que são feitos por enfermeiros: “Não podemos arriscar, principalmente na parte final do parto, que este não seja assistido por uma equipa que inclui enfermeiros, naturalmente, mas médicos de várias especialidades”.
As declarações dos dois responsáveis foram proferidas durante a apresentação, hoje, do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco, uma iniciativa da DGS que aborda temas como alimentação, atividade física, saúde oral, sexualidade durante a gravidez, tabagismo, álcool e substâncias psicoativas.
O programa foi apresentado como “uma oportunidade de abordar as questões relativas à gravidez de forma abrangente, desde a preconceção ao puerpério”.
Segundo a DGS, um único manual,“atualizado e de fácil consulta”, resume “um conjunto de recomendações e intervenções adequadas na preconceção, na gravidez e no puerpério”.
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