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Denúncias sobre eutanásia dividem médicos e PGR abre inquérito a Pereira Coelho

Há cada vez mais médicos a admitirem casos de eutanásia em hospitais públicos e Pereira Coelho chegou a afirmá-lo publicamente, levando a PGR a abrir um inquérito. Para o presidente da bioética, foram declarações “graves”, mas o bastonário alegou que o colega foi “mal interpretado”.

Continua a polémica sobre a eutanásia, que aumentou de tom depois de um médico, António Pereira Coelho, ter assumido (sem ser sob anonimato) conhecer casos de eutanásia praticados em hospitais públicos.

O mesmo clínico fez também disparar a confusão ao referir-se à “eutanásia” do próprio pai, quando na verdade se referia à distanásia, a recusa de tratamento para prolongar artificialmente a vida em pacientes em estado terminal.

Mas a entrevista a Pereira Coelho, na RTP, pode ter sido a gota de água no copo já cheio que tem sido a discussão pública da eutanásia.

Foram declarações “particularmente graves”, no entender de Rui Nunes, presidente da Associação Portuguesa de Bioética e anunciado candidato à liderança da Ordem dos Médicos do Norte.

“Geraram uma enorme confusão junto da população por se confundir eutanásia”, um ato em que alguém assiste um paciente terminal que pede ajuda para morrer por se encontrar em sofrimento, por não estar em condições para se suicidar (suicídio assistido), com outras práticas, “como a suspensão ou abstenção de tratamentos fúteis e desproporcionados”, argumentou Rui Nunes.

Quem testemunhou a eutanásia “tem a estrita obrigação ética de os denunciar”, frisou o mesmo responsável, citado pelo Público.

“Mal interpretado”

Uma posição mais leve tem o bastonário da Ordem dos Médicos. Para José Manuel Silva, as declarações de Pereira Coelho foram “mal interpretadas”, até por causa de “misturar conceitos” como eutanásia, distanásia e ortotanásia.

O bastonário aproveitou para usar o exemplo para reforçar a necessidade de que o debate público sobre a eutanásia seja “sereno, profundo, esclarecedor e despolitizado”, concluindo que a entrevista a António Pereira Coelho não é motivo para “alarme social”.

Inquérito

Certo é que “o Ministério Público não deixará de analisar as declarações em questão”, anunciou a Procuradoria-Geral da República, em comunicado, anunciando a abertura de um inquérito como acontece “sempre que tem conhecimento de factos susceptíveis de integrarem a prática de crime”.

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