Crítica de Bruxelas: Faltou “discernimento” a Durão Barroso na ida para o Goldman Sachs

Bruxelas não perdoa a Durão Barroso. O comité de ética reconhece que o agora presidente do Goldman Sachs não violou os deveres de integridade, mas criticou a falta de “discernimento” do antigo homem-forte da Europa.

A polémica com a passagem de Durão Barroso da presidência da Comissão Europeia (após o período de nojo de 18 meses a que estava obrigado) para presidente não-executivo do Goldman Sachs International, um dos bancos implicados na crise financeira de 2008 (cujos efeitos ainda persistem), está longe do fim.

Depois de saber que iria ser tratado como um lobista normal, Durão Barroso contestou uma alegada discriminação por parte dos órgãos europeus. Agora, o comité de ética ad-hoc da Comissão Europeia deu-lhe razão, mas juntou mais algumas críticas ao ex-primeiro-ministro português.

A deliberação (com oito páginas), datada de 26 de outubro, salienta que Durão Barroso “não demonstrou o discernimento que se pode esperar de alguém que ocupou o cargo que ele ocupou durante tantos anos” quando aceitou o convite para ser presidente não executivo do polémico banco.

“O sr. Barroso devia estar ciente de que ao fazê-lo daria azo a críticas e ao risco de causar danos reputacionais à Comissão e à União de uma forma mais genérica”, consta ainda no documento: “Se assim não fosse, teria a este respeito demonstrado negligência. Tenha sido ou não consciente, esse dano já foi causado”.

Mas num ponto o comité de ética deu razão ao dirigente do Goldman Sachs, “visto como o expoente da banca de investimento agressiva”: não violou qualquer dever a que estivesse obrigado após presidir à Comissão Europeia durante uma década.

“Não existem razões suficientes para concluir pela violação do direito de integridade e reserva (…) no que diz respeito à aceitação pelo antigo presidente Barroso dos cargos de presidente não executivo da administração do Goldman Sachs International e conselheiro nos negócios da empresa com os seus clientes”, consta no relatório.

A deliberação, divulgada no site oficial, surge no dia (hoje) em que passam dois anos desde o fim do segundo mandato de Durão Barroso à frente da Comissão Europeia.

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