“Crianças são obrigadas a comer aquilo que já nem aos animais damos”, diz o PNR

Há escolas que servem “sopa com sabor a café e a tabaco”, mas ninguém se queixa com medo das represálias. A denúncia é do PNR de Odivelas, que promete agendar uma manifestação se não houver mudanças.

O presidente do PNR de Odivelas, Bruno Rebelo, criticou as refeições escolares “mal confecionadas e pobres em conteúdo” após uma visita à Escola Básica dos Pombais.

“Para nós é inadmissível que para quem dirige as escolas seja admissível que as crianças sejam obrigadas a comer aquilo que já nem aos animais damos”, afirmou o líder do PNR de Odivelas.

“Os pais estão extremamente preocupados porque a comida servida às crianças continua a ser intragável. Por mais queixas que se faça não vale de nada e ainda existem perseguições”, continuou Bruno Rebelo, em declarações à Lusa: “Os alunos que tiram fotografias ou que tentam denunciar são alvo de processos disciplinares e por isso os pais temem em dar a cara”.

Garantindo que o PNR “está empenhado em resolver esta questão”, o político prometeu organizar um protesto junto ao Ministério da Educação, em Lisboa, “se nada for feito”.

Recusando identificarem-se, alguns pais e encarregados de educação revelaram, à Lusa, casos de sopa que “sabia a café e a tabaco” e de carne “completamente crua”.

“A comida é terrível e o meu filho já deixou de comer no refeitório”, afirmou uma fonte: “Carne crua, o peixe nem se consegue distinguir e as quantidades servidas são absurdas. Se, por um acaso, o aluno quiser repetir não o deixam. Devíamos ter o apoio da escola, mas eles ainda nos tentam calar”.

A Lusa tentou, sem sucesso, contactar a direção da escola. Já a vereadora com o pelouro da Educação na Câmara de Odivelas, Susana Santos, assegurou que, “embora não tenha competência direta”, a autarquia tem acompanhado estas situações e que há garantias por parte da escola de que “as refeições são de qualidade”.

“Por coincidência, fiz esta manhã uma visita a esta escola e o senhor diretor garantiu-me que tudo está a correr dentro da normalidade”, acrescentou Susana Santos: “Eu própria visitei a cozinha e cheirava bem”.

A autarca disse ainda desconhecer casos de alunos que tenham sido ameaçados com processos disciplinares caso fotografassem ou filmassem a comida.

Desde o início do ano letivo e até ao dia 20 de outubro, a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares recebeu 70 queixas sobre a má qualidade das refeições nas escolas e sobre a falta de pessoal nas cantinas.

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