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Crescimento da economia timorense em 2019 depende de estabilidade

A economia timorense deverá crescer 3,3 por cento em 2019 e 4,9 por cento em 2020, mas isso depende da aprovação do orçamento de 2019, do aumento dos gastos públicos e da estabilidade política, indicou hoje o Banco Mundial.

O Relatório Económico de Timor-Leste, agora divulgado, considerou igualmente vital uma “renovada confiança de consumidores e empresas” como elemento central para recuperar das quebras no crescimento em 2017 e no corrente ano.

“A situação política doméstica pode representar o maior risco para a economia daqui para a frente. Uma coligação [de Governo] estável é um pré-requisito para a implementação eficaz do programa do Governo, enquanto uma relação construtiva entre o Presidente, o Parlamento e o Governo é também vital para assegurar estabilidade económica”, destacou o estudo.

O Banco Mundial considerou ser “preocupação fundamental” a sustentabilidade fiscal e a qualidade dos gastos públicos, e defendeu que “limitar o excesso de levantamentos do Fundo Petrolífero e melhorar a mobilização de recursos internos poderia apoiar simultaneamente sustentabilidade, eficiência de gastos e prestação de contas”.

“Definir prioridades nos gastos de capital e moderar despesas correntes também pode levar a uma melhor relação custo-benefício”, sustentou.

Nesta análise semestral, o Banco Mundial indicou “um forte declínio nos gastos públicos que enfraqueceu a atividade económica em 2017 e continuou a afetar o crescimento em 2018”.

O Produto Interno Bruto (PIB) não petrolífero terá registado um aumento de 0,8 por cento este ano, mas a partir de uma queda de 4,7 por cento no ano passado, com construção, comércio e serviços públicos a serem “os setores mais afetados pela desaceleração económica”.

Economista do Banco Mundial em Timor-Leste, Pedro Martins notou que apesar de se antecipar a retoma em 2018, as perspetivas “permanecem relativamente incertas, dependendo em parte dos níveis de execução orçamental”.

“A aprovação do orçamento de 2019 é de importância crítica”, com a recuperação do crescimento económico a ser sustentado pelo aumentado dos gastos do Estado e por uma maior atividade do setor privado, considerou.

Entre outros indicadores, o relatório apontou que a inflação deve continuar baixa, em torno a 2,6 por cento, com o saldo da conta corrente a melhorar devido a mais receitas petrolíferas e uma queda das importações.

O Banco Mundial notou que “foram necessários desinvestimentos do Fundo Petrolífero para financiar défices comerciais e fiscais”.

Nesta análise, a instituição incluiu recomendações para reduzir a pobreza e melhorar a prosperidade do país, destacando em particular melhorias no setor educativo e de formação, e expandir os setores produtivos em setores como a agricultura comercial, manufatura e turismo.

O relatório apresentou um retrato macroeconómico do país de 1,3 milhões de habitantes, referindo que o PIB (excluindo a produção ‘offshore’ de petróleo) é de 1,6 mil milhões de dólares, ou 1.249 dólares ‘per capita’.

É evidente o impacto da situação política em 2017, com os gastos do Estado a caírem 27 por cento, num orçamento que já era 11 por cento mais reduzido que no ano anterior. Esta tendência manteve-se no corrente ano, especialmente nos primeiros nove meses, em que o país viveu em regime duodecimal.

Gastos em capital caíram 57 por cento em 2017, com atrasos em vários projetos, e gastos em bens e serviços e transferências públicas desceram 13 por cento, tendo gastos em salários aumentado 10 por cento.

Em 2018, com duodécimos, a contração de gastos foi ainda maior, com os gastos correntes a serem um terço menores que no ano passado.

Com os gastos do Estado a representarem “mais de metade de todos os gastos domésticos (…) as dinâmicas fiscais têm um impacto considerável” na atividade económica de Timor-Leste.

Neste clima, um ligeiro aumento de salários e programas de assistência social, incluindo pensões de veteranos, foram “críticos para suster os rendimentos dos lares”.

As importações desceram 7 por cento, notou ainda o mesmo estudo.

Lusa

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Lusa
Etiquetas: Timor-Leste

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