Centenas de milhares de mulheres manifestaram-se hoje nas ruas da Suíça para reclamar pelos seus direitos e pela igualdade de salários, indicou a organização do protesto.
Envergando roupa de cor lilás, as mulheres marcharam nas cidades de Zurique, Berna, Lausanne, Genebra e Basileia.
Cerca de 30 anos depois de uma “greve feminista”, as mulheres suíças voltaram hoje a fazer greve e a sair à rua para denunciar também a violência sexista e defender o reconhecimento das tarefas domésticas.
Segundo a união de sindicatos, tratou-se da “maior manifestação política” na “História recente da Suíça”.
Na capital suíça, Berna, onde as manifestantes estiveram em frente ao parlamento, os deputados, muitos vestidos de lilás, interromperam simbolicamente os trabalhos durante 15 minutos.
Em Lausanne, as mulheres tocaram sinos no adro da catedral e bloquearam uma ponte e, em Zurique, uma charrete fez um circuito turístico com um clitóris gigante.
A “greve feminista”, contestada pelo patronato e que visava exigir “mais tempo, mais dinheiro e respeito”, levou ao encerramento de creches e ao funcionamento de escolas com serviços mínimos.
A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, compareceu na sede da Organização Internacional do Trabalho, em Genebra, onde ia discursar, com um ‘pin’ com o logótipo feminista (punho rosa erguido).
Em 14 de junho de 1991, as mulheres suíças saíram à rua contra a desigualdade salarial, um protesto que conduziu à entrada em vigor, em 1996, da lei sobre a igualdade no trabalho.
Hoje, 28 anos depois, as mulheres continuam a ganhar menos do que os homens na Suíça, onde a lei não prevê sanções para as empresas que violem o princípio da igualdade salarial.
O Fórum Económico Mundial, organização com sede na Suíça, considerou hoje que “os avanços são muito lentos” no país, apelando ao Governo e às empresas para que “remedeiem a situação”.
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