Ciência

Células estaminais: Uma opção terapêutica eficaz no cancro pediátrico

O cancro infantil embora seja menos comum que o cancro em adultos, é a principal causa de morte por doença em crianças. Em Portugal, os dados disponibilizados pelo Registo Português de Oncologia Pediátrica (ROPP) em outubro de 2022, indicam aproximadamente 370 novos casos de crianças com cancro por ano.

Embora o cancro possa aparecer em qualquer órgão, nas crianças afeta principalmente as células sanguíneas, as células cerebrais e as células do sistema músculo-esquelético. Assim, os tipos de cancro mais comuns em crianças são: a Leucemia, tumores no Sistema Nervoso Central, Neuroblastomas e Linfomas.

O tratamento do cancro infantil geralmente envolve uma combinação de cirurgia, quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e transplante de células estaminais.

O transplante de células estaminais hematopoéticas já é considerado como terapia padrão em várias patologias como também em alguns cancros pediátricos mais frequentes como por exemplo: leucemia, linfoma, meduloblastoma, neuroblastoma e retinoblastoma. Para além disso, vários ensaios clínicos estão, atualmente, a ser conduzidos em crianças e adultos com tumores sólidos recidivos ou refratários.

Apesar dos riscos envolvidos, o transplante de células estaminais hematopoiéticas tem sido uma opção terapêutica eficaz em muitos casos, levando a curas de doenças graves e prolongando a sobrevivência dos pacientes. A evolução contínua das técnicas de transplante e a melhoria dos cuidados de suporte tornam esta opção cada vez mais acessível e eficaz no tratamento de várias doenças hematológicas e oncológicas.

Um exemplo destes é o caso de Sarah, uma jovem diagnosticada com uma forma rara e de difícil tratamento de leucemia. Depois de passar por quimioterapia e transplante de células estaminais do seu irmão, Sarah entrou em remissão por 18 meses. Quando a leucemia voltou, pela terceira vez, os médicos sugeriram que ela participasse no ensaio clínico GRANS realizado no Royal Manchester Children’s Hospital (RMCH) que consistiu num transplante de células estaminais do sangue do cordão umbilical, juntamente com uma série de transfusões de glóbulos brancos. Agora com mais de um ano de remissão, a equipe da RMCH e a família têm esperança que este novo tratamento tenha curado a leucemia.

Sarah é uma das cinco crianças do estudo que estão vivas e em remissão como resultado deste tratamento experimental eficaz. Sem este ensaio clínico, é improvável que alguma das crianças ainda estivesse viva.

Ao optar por guardar ou doar o cordão umbilical, ganha-se uma possibilidade terapêutica atualmente praticada no tratamento de várias patologias, nomeadamente cancro pediátrico. Ao não guardar podemos estar a desperdiçar este potencial agente terapêutico.

Andreia Gomes

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