O XXV congresso do CDS-PP, que já tinha sido adiado uma vez, voltou a ser reagendado e irá ocorrer em outubro, depois das eleições autárquicas. A decisão foi aprovada “por larguíssima maioria” no Conselho Nacional, que reuniu ontem à noite, no Porto.
“O Conselho Nacional tomou por deliberação, por larguíssima maioria, só com três abstenções, a decisão de desconvocar o congresso do CDS e fazê-lo por duas razões fundamentais: em primeiro lugar, está a decorrer um processo político no qual o CDS pretende ser um fator de estabilidade e, portanto, pretende realizar esse congresso com a situação política estabilizada e ser ele próprio também, nesse mesmo processo, um fator de estabilidade”, explicou Telmo Correia.
“Estabilidade” foi um dos argumentos mais citados pelo dirigente centrista, que revelou ainda a marcação de uma convenção autárquica “no início da campanha” para as eleições de 29 de setembro. As atuais estruturas dirigentes do CDS “estarão em funções” até às eleições autárquicas e mantêm-se válidas as moções que foram apresentadas antes do primeiro adiamento.
“Interesse nacional”
Com “um novo processo” em marcha dentro do partido, com “nosso regulamentos” e “nova eleição de delegados”, como frisou Telmo Correia, a oposição interna optou pelo “patriotismo” e pela defesa do “interesse nacional”, como defendeu Pedro Pestana Barros, do Movimento Alternativa e Responsabilidade.
“O Conselho Nacional do CDS apela ao patriotismo de todas as forças políticas, ciente de que qualquer entendimento envolve espírito de compromisso de todas as partes. O Conselho Nacional do CDS acompanhará com esperança, serenidade e empenho as negociações, colocando sempre o interesse nacional acima dos seus próprios interesses”, adiantou Pestana Barros.
“Este é o momento do patriotismo, do país e de o partido estar unido e do partido apelar a um esforço patriótico dos três partidos do arco da governabilidade”, apelou ainda o porta-voz do movimento encabeçado por Filipe Anacoreta Correia.
A confirmação do adiamento do congresso surgiu horas depois de Pedro Mota Soares (ministro da Solidariedade e da Segurança Social) e Miguel Morais Leitão (secretário de Estado adjunto e dos Assuntos Europeus) terem representado o CDS-PP nas negociações com o PSD e o PS para um “compromisso de salvação nacional” exigido pelo Presidente da República.
Um comunicado emitido após a primeira reunião referiu que os negociadores analisaram, “de modo detalhado, os três pilares apresentados pelo senhor Presidente da República, tendo sido identificadas as questões fundamentais com vista à obtenção de um compromisso de salvação nacional com a máxima brevidade”.
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