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Casa de apostas dá chumbo do acordo de saída do Reino Unido da União Europeia como quase certa

Uma casa de apostas britânica acredita que as hipóteses de o acordo para o Reino Unido sair da União Europeia ser chumbado são de apenas 87 por cento, mas espera apostas de mais algumas centenas de milhar de euros até terça-feira.

Para a votação do acordo de saída, que vai acontecer na terça-feira e que foi adiado em dezembro pela primeira-ministra, Theresa May, devido ao risco de ser “rejeitado por uma margem significativa”, a William Hill estabeleceu probabilidades de 4/11, ou seja, a aposta de uma libra (1,11 euros) garante 36 pence de retorno (40 cêntimos).

Já um voto positivo tem probabilidades de 2/1, ou seja, se o acordo for aprovado, um apostador terá um lucro de 200 por cento.

A estimativa é feita com base numa ponderação do número de apostas no primeiro cenário, que é favorecido por 98,3 por cento dos apostadores, disse o diretor de comunicação, Rupert Adams, num encontro com um grupo de jornalistas em Londres.

“Nós falhámos redondamente nas previsões para o referendo do Brexit e para a eleição de Donald Trump, que foram os dois eventos mais inesperados, e mudámos a forma como fazemos as previsões. Agora avaliamos o número de apostas e não o volume das apostas”, adiantou.

Adams não revelou o valor dos prejuízos, depois do referendo de 2016 quando 51,9 por cento dos eleitores votaram pela saída britânica da UE, contrariando todas as sondagens, mas estima que a indústria no geral tenha perdido perto de três milhões de libras (3,33 milhões de euros).

A indústria das apostas movimenta no Reino Unido cerca de 14,4 mil milhões de euros (16 mil milhões de euros), tendo alargado o âmbito inicial do desporto como corridas de cavalos e futebol nos últimos anos a questões relacionadas com a política e a família real.

Devido ao intenso debate que gera, o Brexit é um dos temas que mais gera interesse dos apostadores, e Adams está confiante que até ao dia do voto serão apostados mais 100 a 200 mil libras (111 a 222 mil euros).

A área da política recebe anualmente entre cinco a seis milhões de libras (entre 5,54 milhões e 6,65 milhões de euros) em apostas na William Hill, indicou.

Porém, este é também a área do jogo mais complexa de gerir devido à dificuldade em estabelecer as probabilidades, as quais têm agora em conta as apostas feitas em diferentes cidades do país para além de Londres, como a Escócia e o norte de Inglaterra.

“É muito difícil porque os deputados não seguem a disciplina parlamentar, ou dizem uma coisa e fazem outra”, justificou Rupert Adams, que faz parte de uma equipa que recolhe informação que influencia os cálculos matemáticos usados.

Por outro lado, vincou, também é difícil ler o sentimento da população porque “as pessoas são cada vez menos honestas sobre o que pensam” porque não apostam necessariamente no resultado que pretendem, mas naquele que pode dar mais lucro.

A casa de apostas britânica estimou, tendo em conta que faltam apenas 78 dias para a data do Brexit a 29 de março, que a probabilidade de sair sem um acordo é de 73 por cento.

A incerteza que rodeia o processo de saída do Reino Unido da UE faz com que existam muitos cenários, e o desafio das casas de apostas é tentar perceber qual é o mais provável para reduzir assim o valor que terá de pagar aos apostadores.

Por exemplo, se no dia 24 de junho de 2016, após o referendo sobre o Brexit, as probabilidades de um novo referendo eram de 50/1, no mês passado baixaram para 12/1 e atualmente estão em 11/8, ou seja, 42 por cento dos apostadores acreditam num novo referendo antes de 2020.

“A mudança no espaço de um mês é incrível, mas tem em conta o número limitado de opções”, comentou.

A casa de apostas, fundada há 85 anos atrás, acredita que, mesmo que o voto no acordo seja negativo e desfavorável ao governo, Theresa May vai manter-se em funções, mas as probabilidades de se demitir ainda este ano têm aumentado.

Porém, a saída, provavelmente súbita não será seguida por eleições legislativas devido ao risco de o partido Conservador perder para o partido Trabalhista, mas por uma sucessão interna no governo, projetou Rupert Adams.

Lusa

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