O médio Bruno Fernandes alega, na sua carta de rescisão, que “Bruno de Carvalho parecia que estava a gozar”, na primeira reação aos ataques de Alcochete. O jogador considera que as palavras do presidente “foram absolutamente chocantes”.
Bruno de Carvalho é duramente criticado por Bruno Fernandes, na carta de rescisão onde o atleta faz um relato detalhado da sucessão de eventos que levaram os jogadores a romper o vínculo – a maioria dos factos já conhecidos com a carta de rescisão de Rui Patrício.
O médio aponta todas as críticas do presidente, por mensagem, nos posts e nas reuniões mantidas.
Bruno Fernandes utiliza expressões como “estupefação”, “humilhação”, ou “incredulidade”, a cada conversa mantida com o presidente, ou mensagem enviada por este.
“Em todos os episódios se manteve a humilhação e o desrespeito pela dignidade profissional e pessoal dos jogadores, a par de uma atuação de condicionamento da sua atuação e da sua liberdade”, alega.
Os efeitos dos post de Bruno de Carvalho são um argumento forte apresentado pelos jogadores e estão associados ao ataque de Alcochete, de acordo com a argumentação apresentada.
O pós-ataque também surpreendeu o plantel.
“Em lugar de procurar acarinhar e dar ânimo aos seus jogadores, resolveu falar de si, vitimizar-se e acabar a culpar os jogadores pelo que tinha acontecido na Academia”.
“Bruno de Carvalho parecia que estava a gozar”, realça.
“Na terça-feira, 15 de maio de 2018, Jorge Jesus informou alguns jogadores que tinha sido suspenso na reunião do dia anterior e que ia dizer isso a todos os jogadores no treino, mas como não havia nota de culpa, manter-se-ia no exercício das suas funções”, escreve Bruno Fernandes.
O médio revela ainda que o plantel “achou anormal” a ausência de André Geraldes no treino, no dia do ataque.
Os pormenores dessa ofensiva já são conhecidos. O relato de Bruno Fernandes é o mesmo que já foi amplamente divulgado.
“Ainda hoje acordo de noite em sobressalto, com as imagens de horror que retive e que revejo e não consigo pensar em voltar àquele local”.
Os jogadores não têm dúvida de que todos os elementos pertenciam à Juve Leo e consideram “inaceitável a ausência de qualquer dispositivo de segurança”.
Falam em ação “concertada” e “previsível, não tendo a Sporting Clube de Portugal – Futebol SAD agido da forma que lhe era exigida”.
Consideram também que “as condutas” de Bruno de Carvalho “foram adequadas a criar nos adeptos, em particular nas claques, sentimentos exacerbados contra os jogadores”.
O médio aponta ainda “factos estranhos”, como a antecipação do treino e o facto de o assalto ter ocorrido quando o plantel estava encerrado no balneário. Sugere Bruno Fernandes que saiu informação interna para os agressores.
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